Hoje não quero falar de futebol jogado no campo. Quero falar de outra coisa: da ausência de vozes femininas nesse espaço. Dêem uma olhada nas assinaturas das mensagens que aqui são postadas. Mais de noventa por cento são masculinas. Apenas uma ou outra torcedora, timidamente, se arrisca a um breve comentário. Sabemos que o futebol historicamente é um esporte masculino. Apenas nas duas últimas décadas as mulheres vêm ganhando espaços como jogadoras, jornalistas, árbitros, torcedoras… Antes seu papel se resumia a esposa loira do craque. Ainda existem muitas marias-chuteira, certamente, mas existe também um grande grupo de mulheres que freqüenta os jogos na arena. Eu gostaria muito de ouvir a posição delas acerca de nosso time, de nossa diretoria. Quem sabe um outro olhar, talvez menos preconceituoso do que o do presidente Fleury (Fleury afirmou em uma rádio na semana da demissão do Bob que ‘o torcedor do Atlético não é mulherzinha para se abater com uma derrota’), não possa ajudar a enxergar uma saída para o buraco em que estamos nos metendo. Pois, se perdermos hoje, é reza e vela preta! Valhei-nos, Nossa Senhora!