Apoio a Eduardo Carvalho
Pela mesma razão pela qual a Diretoria (Petraglia e Fleury) apoiou o texto ‘Palhaços do Rio’, de Juliano Ribas.
Primeiro, porque aqui e nos países civilizados ainda estamos lutando por liberdade de expressão.
E segundo, porque há uma parcela de atleticanos que pensa como o Eduardo.
Aquele que se vale da liberdade de expressão deve estar preparado para as respostas e reações. Mas estas também não podem ultrapassar os limites do razoável.
Talvez alguém se lembre da reação de alguns ativistas radicais muçulmanos a sete charges do profeta Maomé publicadas num jornal dinamarquês.
Houve quebra-quebra generalizado, incêndio de prédios e veículos, até a morte de alguns manifestantes. As autoridades diplomáticas dinamarquesas tiveram que fugir de alguns países.
No final, ninguém apoiou as proporções que as manifestações tomaram, nem os que se sentiram ofendidos com as charges, como era de se esperar.
Durante a crise, houve um líder religioso que condenou o chargista à morte, oferecendo um milhão de dólares pela cabeça do cidadão.
E, depois, não queriam que houvesse violência nas manifestações…
Esse foi o preço que o sujeito pagou por sua liberdade de expressão.
Será que é adequado seguir a mesma direção e expor alguém, que disse o que muitos atleticanos pensam, a sofrer pesadas sanções pessoais?
Palavrões? O que são palavrões? A saudosa Dercy Gonçalves dizia que não existe palavrão, palavrão são as atitudes imorais das pessoas e não o nome de qualquer das partes pudentas que Deus nos deu.
Também sou pela mudança no Atlético, como o Eduardo. E, pela mesma razão pela qual não concordei com o texto do Juliano Ribas, sou a favor da renovação: não podemos ter nossas ações condicionadas por algo que aconteceu há 10 anos atrás, nem é boa política deixar que se perpetue algo que deu certo no passado.
Quantos exemplos há de empresas que quebraram porque continuaram fazendo as coisas sempre do mesmo jeito e não se adaptaram às mudanças. Hoje em dia não é necessário ser um Petraglia em Administração para saber disso.
No caso do Fluminense, o lamentável caso do Ricardo Pinto revoltou a todos. Mas não podemos deixar que aquilo que aconteceu há tanto tempo ainda governe como pensar dos tricolores cariocas.
Passado é passado, águas passadas não movem moinho, e bola pra frente.
Não concordo com a mentalidade ‘nós contra todos’, que deixou o Atlético o time mais antipático do país. Por isso sou pela mudança, porque, a cada dia que passa, alguém inventa mais um motivo para sermos odiados.
Duvido que aquele sujeito lá no Nordeste (e eu sei que tem) que está querendo torcer para o Furacão não fique meio indeciso ao saber de mais uma medida antipopular do nosso clube.
Sucesso e boas realizações no passado não são garantia de sucesso e boas realizações no futuro.