O jogo mais importante do ano
Domingo próximo o Atlético disputará o seu jogo mais importante no ano.
Não numa decisão de campeonato, ou buscando alcançar a liderança do campeonato, ou ainda uma posição de destaque na tabela, mas tentando escapar do rebaixamento à segunda divisão.
No ano passado foi num jogo confuso, à noite, no meio de semana, contra o mesmo Grêmio, que o Atlético garantiu matematicamente a sua permanência na divisão principal.
Será mais uma batalha. Aliás, porque todo jogo do Grêmio é batalha? Batalha de Erechim, batalha dos Aflitos, etc. Os jogos do ano passado contra eles foram marcados por uma extrema violência. Em Porto Alegre quase assassinaram o Alex Mineiro e quebraram os dentes do Evandro. Aqui em Curitiba, tomaram um olé histórico que resultou num gol do Michel, viram o coxa-paranista Tcheco ser expulso e deram vexame no vestiário, inconformados com o banho de bola que levaram.
Desta vez, a vitória representará um passo a mais na caminhada para nos livrar da segunda divisão. Ganhando esse jogo, o Atlético respirará um pouco mais e ganhará um fôlego extra para enfrentar os próximos jogos que serão muito, mas muito difíceis. Depois dessa partida, serão apenas mais cinco em casa. O Atlético tem que ganhar do Grêmio, ganhar as outras cinco em casa (Fluminense, Cruzeiro, Vitória, Sport e Flamengo) e ganhar pelo menos uma (ou empatar três) das sete fora (Internacional, Figueirense, porcada, Santos, Vasco, Náutico e Botafogo) para espanar qualquer possibilidade de jogar a série B em 2009, segundo os matemáticos de plantão.
Para isso é fundamental a união de todos os jogadores. Que estes atletas concentrem-se e dêem o máximo que puderem, tecnicamente e fisicamente para alcançarem o êxito que todos nós desejamos. Temos também plena confiança no trabalho de Geninho, um verdadeiro líder, sereno e dedicado, à frente desse grupo de jogadores. Que ele consiga extrair o máximo dos seus comandados e corrija os defeitos que vimos contra a Portuguesa.
Não vieram os reforços e Geninho numa entrevista colocou uma pedra sobre este assunto, enfatizando que o grupo é esse e que acredita nos jogadores que aí estão. Se os frutos do trabalho de Geninho sobre o grupo já começaram, tendo como resultado a vitória contra a Portuguesa só o tempo e a continuidade dos resultados dirão.
Quem foi naquela noite gelada de sábado à Arena viu um time muito tímido no primeiro tempo, que deixou a Portuguesa tocar muito a bola e chegar perigosamente até bem próximo da grande área atleticana. As jogadas atleticanas não davam certo e o desentrosamento era nítido. Muitos jogadores esqueceram completamente que o Alberto estava jogando e simplesmente não passavam a bola para o lado direito. Em muitas situações ele estava livre mas a bola não chegava.
Antes do primeiro tempo acabar ouvimos as primeiras vaias. Comentei com alguns colegas na praça de alimentação que o Atlético teria 45 minutos para escapar da série B, mas que confiava na vitória, ainda que apertada.
Felizmente, os gols no começo do segundo tempo vieram na hora certa. Antes mesmo de chegar ao meu lugar vi pela TV do corredor o primeiro gol. Em seguida, já sentado, o segundo. Daí pra frente a Portuguesa ficou o segundo tempo inteiro tocando a bola mas sem muita objetividade e sem muito talento para a conclusão. No segundo tempo apareceram algumas qualidades no time rubro-negro: Netinho tomou conta de vez da ala esquerda. No jogo contra o Paranavaí, no campeonato paranaense, ele já tinha sido escalado pelo Ney Franco nessa posição e tinha se saído muito bem. Graças a seus bons cruzamentos, que não víamos há muito tempo saindo do lado esquerdo pelos pés de outros jogadores, é que o Atlético ganhou o jogo nas cabeçadas de Júlio César e Antônio Carlos. Valencia, que estava perdido em campo no primeiro tempo, caiu mais pelo lado direito para ajudar na marcação daquele setor no segundo tempo (Alberto estava perdendo a briga com o Edno e a Portuguesa vinha até com três jogadores por ali) e foi de uma eficiência espantosa. Os três zagueiros, bem posicionados, voltaram a jogar bem, neutralizando praticamente todos os ataques da Portuguesa. Na frente, Ferreira esteve mais solto, mas precisa de um parceiro mais habilidoso pelo lado direito e um centroavante que tenha mais intuição e que perceba e se antecipe ao lance, coisa que o Rafael Moura apesar de ter lutado muito, não faz. O Kelly ainda está fora de forma mas já deu pra sentir por algumas jogadas que ele continua um jogador cerebral e estando no seu apogeu físico eu aposto nele para armar as jogadas junto com o Ferreira, para quem estiver na frente.
Também presenciamos menos erros básicos e displicentes de passes, cruzamentos e domínio de bola, talvez pelas ausências de Julio dos Santos, Márcio Azevedo e Pedro Oldoni, respectivamente.
Ao final do jogo o alívio pela vitória, mas fica a dúvida tomara que não seja apenas mais uma vitória como foram aquelas contra Goiás (5×0) com Roberto Fernandes no banco e aquela contra o Ipatinga (idem) com Mário Sérgio no banco, quando deu a impressão que o time ia engrenar, mas ao jogar com times mais fortes acabou sendo derrotado. Vamos torcer por uma seqüência de bons resultados que estabilizem o time, dêem a necessária tranqüilidade aos jogadores e comissão técnica e vá afastando o time da nebulosa zona do rebaixamento.
Que esta seqüência de triunfos comece já contra o Grêmio, líder do campeonato, um time forte, competitivo, bem armado pelo seu técnico, que sabe jogar como visitante, que tem uma tradição de bons resultados em Curitiba, mas que vem decaindo, perdendo pontos importantes e sentindo a pressão da torcida e da imprensa do Rio Grande do Sul que já dava o campeonato como ganho. Pressão que Tcheco & cia. sentirão na pele domingo da parte dos 20000 torcedores atleticanos. A essa corrente juntam-se os torcedores de outros times que torcem pelo tropeço gremista para chegarem ao topo da tabela.
Para o Atlético uma vitória para dar vitalidade ao time nesta fase do torneio e deixá-lo mais confiante para os próximos confrontos. Um resultado que não seja a vitória escancara novamente as portas da zona de rebaixamento e pode significar o início de um calvário que pode levar à segunda divisão. Por isso uma vitória é fundamental nesse que é o jogo mais importante do ano.