O sr.Toni, que cantava num apagado grupo de rock and roll brasileiro que fazia imitação do The Cure, chamado Hojerizah (isso mesmo, com H), teve a ousadia de insultar abertamente o Clube Atlético Paranaense numa emissora de rádio.

Num país onde tudo é levado na base do sarro e da brincadeira, onde palhacinhos de plantão, por não terem o que fazer, fazem piadas idiotas e são aplaudidos por muitos que acham engraçadas as baboseiras que eles lançam (aquelas típicas piadinhas idiotas de rádio FM feitas por imbecis para um povo descerebrado), espera-se que tudo seja considerado como normal e não se tome isso muito a sério.

O Atlético, pela postura séria e pela responsabilidade que sempre teve na condução do futebol(apesar de que acho que exagera na orientação pro-business que dá ao futebol, orientação essa que se intensificou nos últimos anos) tem sido o objeto favorito da chacota de piadistas, radialistas, repórteres e manipuladores de microfones. Alguns inofensivos, outros, mais ácidos e agressivos.

Nada me convence até hoje, que um dos grandes motivos que fizeram com que o Atlético perdesse o título do campeonato brasileiro de 2004, foi aquela campanha odiosa movida à base de sarcasmo e menosprezo explícito ao Atlético nas noites de domingo, por um apresentador de TV torcedor do Santos, escudado por uma figura mais medíocre ainda, igualmente torcedor do Santos, como uma espécie de Sancho Pança mais tonto que o original de Cervantes. Naquela programa ridículo, eles mostravam cenas de torcedores jogando copinhos de plástico na Arena e telefonavam para o presidente do STJD mostrando essas imagens, insuflavam as torcidas dos adversários que jogariam contra o Atlético, diziam que os juízes ajudavam o Atlético, etc. Um horror. Tudo porque o Atlético estava na iminência de ser campeão. Por culpa deles não foi, mas essa campanha suja contra o rubro-negro continua até hoje e o rotundo apresentador continua com seu estilo zombeteiro e insuportável até hoje.

Para mal do país, muitos desses indivíduos acabam sendo eleitos para cargos públicos.

Se o futebol é profissional e deve ser levado à sério, sujeitos como esse Toni, que fazem do microfone uma arma letal contra pessoas e instituições, são extremamente perigosos, podendo provocar danos até irreparáveis a quem eles atingem.

Dessa atual diretoria atleticana, que não acha uma vergonha participar da segunda divisão do campeonato brasileiro, conforme aquela declaração inoportuna e infeliz do sr.Fleury, esperamos uma postura firme neste caso. No mínimo, uma nota de repúdio à emissora que transmitiu o insulto.

Chega de tripudirarem o nosso Atlético. Quem é esse sujeito para falar isso? Se o Atlético é isso que ele falou, ele então é o que? Se fosse bom cantor não estaria falando sandices numa rádio e sim cantando.

E o Fluminense, com todo respeito à tradição desta equipe carioca, mas o que ele tem a mais que o Atlético? Ganhou títulos regionais tal qual o Atlético, ganhou um campeonato brasileiro tal qual o Atlético e foi vice-campeão de uma Libertadores tal qual o Atlético. E com certeza a estrutura do rubro-negro é bem superior à do ‘tricolor das Laranjeiras’, apesar de todo o glamour de time de elite, pó-de-arroz, zona sul e torcedores célebres que o cercam.

Aliás, um time que tem grandes torcedores-músicos ilustres como Artur Moreira Lima e Chico Buarque deveria se envergonhar de ter esse Toni como torcedor em suas fileiras.

E me admira um veículo de comunicação supostamente sério, patrocinado por uma empresa que eu supunha séria também, dar espaço para uma cretinice dessa naipe.

Tomara que isso possa ser mais um estímulo para que o Atlético vença o difícil compromisso de hoje à noite contra o Fluminense. Uma vitoria para afastar-nos da zona do rebaixamento. Uma vitória para Toni e para Fleury.