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14 out 2008 - 0h08

Parábola

É do conhecimento geral que Jesus Cristo ensinava por meio de parábolas.

Nunca estudei o porquê de nosso Senhor recorrer a tal tipo de expediente, mas acredito que o motivo guarde relação com o fato de que determinadas lições são assimiladas de melhor forma quando vistas do lado de fora. Só com este foco temos a exata compreensão dos contornos da cena.

Imaginemos, então, um cidadão, membro proeminente da sociedade, oriundo das classes mais singelas, que com seu esforço, enriqueceu. Certo dia, esse cidadão tomou conhecimento de que estava sendo processado, demandado injustamente por algo que não devia. Preocupado, ele contratou os serviços de um advogado local, conhecido por possuir cabelos de príncipe. Entregue o caso nas mãos de tal profissional, o cidadão voltou aos seus afazeres habituais. Posteriormente, a Justiça decidiu o caso, tirando do cidadão sua casa, seus bens, seu trabalho, o que se constatou ter sido ocasionado pelo descaso de seu advogado com cabelos de príncipe. Nervoso, o cidadão procurou seu advogado, para tomar satisfações. O advogado de cabelos de príncipe disse: “Não é preciso se preocupar. O senhor de fato está perdendo tudo, mas todo mundo já perdeu algo na vida. Não é vergonha estar na sua situação e ninguém pode debochar do senhor.”

Sim, o cidadão da parábola é o nosso estimado Clube Atlético Paranaense.

Sim, o advogado com cabelos de príncipe é nosso Presidente do Conselho Gestor (acho que o cargo é esse, já nem entendo mais a dança das cadeiras), Dr. Fleury, que efetivamente é advogado e possui cabelos de príncipe.

Sim, a situação descrita equivale ao nosso provável rebaixamento e a entrevista dada pelo dito cujo à Gazeta do Povo na semana passada.

Não, não sou Jesus Cristo, nem tenho tal pretensão.

Não, não pretendo ensinar nada, mas apenas desabafar.



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