3 nov 2008 - 2h43

"Não podemos fugir da responsabilidade", diz Geninho

“Quando voltei ao Atlético eu sabia que podia contar com essa torcida”. A frase do técnico Geninho resume bem a satisfação com o apoio vindo das arquibancadas, tão fundamentais na reta final do Brasileiro, com a fuga do rebaixamento. E é nesses momentos difíceis que a torcida jamais deixa de incentivar a equipe, proporcionando um espetáculo à parte nas arquibancadas e fazendo a diferença.

Ao final da vitória sobre o Sport, Geninho também comentou sobre a contusão de Alberto, as atuações de Pedro Oldoni e Rafael Moura, e as estratégias que utilizou durante a partida, “era tudo ou nada, eu tinha que arriscar tudo. Ou eu perdia ou ganhava, porque um empate nos obrigaria a buscar resultados difíceis agora”. O técnico ainda pregou a importância de passar tranqüilidade ao grupo, num momento tão difícil e exposto à críticas e pressões. “Estamos trabalhando a parte emocional, passar tranqüilidade, dar palestras, passar vídeos e nos socorrer de tudo. Estamos procurando de todas as maneiras trazer tranqüilidade ao grupo e abafar um pouco o fogo”, comentou o treinador.

Confira abaixo as principais declarações de Geninho na coletiva de imprensa:

Torcida
"É uma torcida que nunca abandona. Com tantos erros e jogar contra relógio, contra tudo e não é todos que conseguem superar a carga. O normal seria, em cima desses erros, a torcida virar. Mas a torcida tem uma parcela muito grande no resultado de hoje. Ela vai empurrando, vai empurrando e o jogador vai ganhando e buscando forças e conseguimos o resultado. Mas para mim não é surpresa. Quando voltei ao Atlético eu sabia que podia contar com essa torcida”.

O jogo
“Contra o Vasco merecemos o resultado. Hoje talvez não merecêssemos, tivemos muita determinação e pouca técnica. Então você tem que saber que futebol é assim mesmo, você pode desistir, se revoltar nunca ou se abater quando o resultado não vem porque depois vem o troco. Hoje o resultado foi bom e fundamental para o que aspiramos Hoje estamos fora da zona de rebaixamento”.

Alberto
“Ele estava sentindo dor, um desconforto, mas quis continuar. Seria uma imaturidade eu ter um jogador lesionado em campo. Quando faltavam uns 10 minutos ele perguntou quanto tempo restava e falou que ficaria até o intervalo. Depois o médico vai analisar, mas ele sabe q a dor que está sentindo e a restrição que está tendo. Se ele falou que estava se sentindo bem e podia continuar, tudo bem, então a gente espera a decisão do jogador”.

Pedro Oldoni
“Eu procuro sempre, cheguei aqui e não premio ninguém, não quero saber se o jogador é bonito ou feio, se ganha muito ou ganha pouco, eu quero saber e escalo quem está produzindo. O Oldoni merecia todos os créditos e ter uma nova oportunidade, mas hoje não foi só ele que não produziu, hoje muita gente não produziu. Mas eu só posso trocar três jogadores, muita gente hoje esteve abaixo do que jogou em São Januário. Mas claro que um centro-avante fazendo gols ganha crédito, exige-se isso dele. Na série B, o Túlio participa pouco, mas é artilheiro com 20 e poucos gols. Claro que o Rafael Moura fazendo gols ele ganha créditos. Não sei ainda quantos jogadores perdi de hoje até sábado, sei que ganhei gente. O Alberto foi para o departamento médico, o Alex também saiu sentindo, então sei que alguém vai para lá. Aqui está acontecendo um revezamento de leitos, saem dois, entram dois…”

Psicológico
“Tranqüilo, você produz mais e melhor, a performance é uma. Você jogando pressionado, a margem é outra. Você quase se obriga a ganhar e os jogadores sabem disso. Eles conversam, eles sabem das cobranças e isso acaba inibindo. Então a grande maioria sente bastante o lado psicológico, tanto que vocês observaram que estamos começando a jogar melhor fora de casa, se bem que jogamos bem contra o Inter e o Vasco, sendo que quem tinha a maior obrigação era o Vasco. Não que nós não tivéssemos, é diferente, mas a obrigação era maior eles. O lado psicológico vai ficando pior nessa reta final então é bom que eles se preparem, não tem jeito de fugir dessa responsabilidade, não tem como se esconder, a cobrança está aí. Somente nós é que temos que buscar a solução para isso”.

Estratégias e substituições
“Era tudo ou nada, eu tinha que arriscar tudo. Podia colocar um organizador, mas eu precisava ser mais agudo. Se tivesse medo naquela hora, você fica para trás. Então ou eu perco ou eu ganho, porque um empate nos obrigaria a buscar resultados difíceis agora”.

Pressão
“Levo pelo momento, da cobrança, da situação que estamos enfrentando. É difícil conviver com o que estamos vivendo hoje, você sabe que corre risco de ser rebaixado, a gente não esconde isso. As coisas estão apertadas, você tem uma margem de erro, mas é pequena, tem a pressão pelo resultado, então estamos trabalhando essa parte emocional, passar tranqüilidade, dar palestras, passar vídeos e nos socorrer de tudo. Nós da comissão técnica e diretoria estamos procurando de todas as maneiras trazer tranqüilidade ao grupo e abafar um pouco o fogo. E também existe o outro lado que joga gasolina nesse fogo, que é parte da imprensa. Não que vocês façam de maneira errada, vocês têm de divulgar que o Atlético está fora, que corre risco, que não jogou bem, que errou, então vocês passam a realidade. Mas um lado fica tentando tranqüilizar e o outro joga a pressão e o jogador tem que conviver com isso. Eu digo para eles que quem não quiser pressão que vá trabalhar em um escritório e no final de semana vá xingar alguém num campo de futebol. Quem está nessa profissão convive com essa situação, nós somos vitrines, estamos expostos a uma série de análise de pessoas e você tem que estar preparado para as críticas e elogios. Alguns se preparam melhor e o que dá essa tranqüilidade é a estrutura que o cara tem, a família, o apoio, os amigos… mas é uma situação complicada, a Portuguesa, o Ipatinga, o Náutico, tudo que essa turma está vivendo, o Fluminense demorando seis meses para se recuperar de uma desclassificação da Libertadores, então o emocional é duro segurar. Tem um peso muito grande no que você vai fazer, se não consegue desenvolver seu trabalho. Se eu for ouvir todo mundo que está ali atrás de mim eu troco cinco times. Então se não tiver tranqüilidade as coisas são difíceis”.



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