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O empresário e advogado Gláucio José Geará foi eleito nesta segunda-feira presidente do Conselho Deliberativo do Clube Atlético Paranaense. Seu mandato vai até o ano de 2011. Ele terá a responsabilidade de substituir Mario Celso Petraglia, que deixou a presidência, mas continua fazendo parte do Conselho.

Geara é conselheiro do Rubro-Negro desde 2000. Há poucos anos, foi eleito para compor o Conselho Administrativo do clube. Profissionalmente, já exerceu cargos de importância. Foi secretário da Fazenda do Estado do Paraná na gestão do governador Mario Pereira, nos anos 90. Ocupou também a vice-presidência da Fenabrave nacional e a presidência da Fenabrave Paraná. Ele é diretor presidente da Dipave Veículos.

Nesta segunda-feira, a chapa encabeçada por Geara recebeu 77% dos votos válidos. Antes mesmo do pleito, ele havia prometido priorizar o futebol durante a sua gestão. “Vamos priorizar o futebol. Já tem uma pessoa do Conselho Administrativo, que é o Dr. Marcos Malucelli, já está se entrosando com o futebol. Nós temos hoje condições de ter times competitivos. Não estou prometendo campeonatos, sermos campeões. Estamos prometendo times competitivos. Quem compete pode chegar a ser campeão“, disse ele em entrevista à Banda B durante a campanha.

“Eu acho que quando há renovação, quando há propostas, nós não estamos prometendo milagres. Futebol não é uma ciência exata. Futebol é uma emoção, é coração, e temos que administrar isso. Como é que você vai dizer para o torcedor que sai do estádio que o time perdeu? Faz parte. Quem compete pode perder. Tem 33% de chance de ganhar, empatar ou perder. Agora, prometemos ser competitivos“, enfatizou.

O novo presidente do Deliberativo entende que o caminho da renovação é a valorização das categorias de base. “Nós devemos dar ênfase na formação dos atletas. Isso é o principal. A Lei Pelé destroçou o futebol. Os procuradores são donos dos atletas, o pai já quer vender”, revelou. “O nosso clube precisaria ter no mínimo 50% de jogadores formados na casa. E tem mais: o Atlético tem estrutura para isso. Talvez seja um dos poucos clubes do Brasil que tem uma estrutura para isso. Agora, vamos por gente competente para cuidar disso. Não adianta ter 400 crianças, um hotel para cuidar de tudo, estudo. Temos de ter bons olheiros“, completou Gláucio Geara.

Petraglia

Com a eleição da Chapa Coração Rubro-Negra, o dirigente Mario Celso Petraglia deverá continuar colaborando com a gestão do clube. “O Mario Celso Petraglia disse, e eu vou repetir, que ele não quer qualquer tipo de cargo e ele não tem nenhum cargo dentro do clube. Mas eu não posso ser leviano. Eu pretendo criar comitês dentro do clube, no futuro, e convidar conselheiros que queiram fazer parte de alguns comitês”, adiantou Geara.

A participação de Petraglia deverá se dar na articulação para a realização da Copa do Mundo em Curitiba e para a conclusão da Arena da Baixada. “Qual é o clube hoje no Brasil que não gostaria de ter um dirigente com a capacidade dele? Eu não vou dizer que ele tem defeitos. Eu não ponho defeito em ninguém. Ele tem um estilo. É um estilo de administrar. Eu tenho outro estilo de administrar. O meu companheiro, o Marcos Malucelli, também tem um estilo de administrar. Nós temos estilos. Eu não estou sozinho, eu tenho 250 conselheiros e mais toda uma torcida por trás. Tem mais 20 mil que não têm direito a voto hoje, mas que estão numa torcida. Não só ao Dr. Mario Celso Petraglia, mas todo atleticano que quiser ajudar, o clube estará aberto“, prometeu Geara.

Estilo de administrar

Gláucio Geara revelou ainda que o estilo de administração do Atlético será diferente sob sua gestão. “Nós pretendemos inovar muitas coisas no clube. Vamos oxigenar essa participação dos torcedores, dos conselheiros dentro do clube. Vamos reorganizar muitas coisas. Não podemos desmerecer o que está sendo feito, mas cada um tem um estilo de administração. Eu tenho um estilo de administração, como as administrações passadas tiveram seu estilo. Nós vamos nos adequar dentro disso aí. E o principal hoje é que o torcedor tenha orgulho do seu time e da sua camisa“, observou o dirigente.

Ele adiantou como será o seu estilo de administração: “Eu tenho uma visão: a gente deve ser cartola lá no alambrado. Lá dentro da sala de diretoria, nós temos que ser profissionais, gestores do negócio, temos que ter a paixão sentado na arquibancada, isso vale. Agora, administrativamente querer, como tínhamos no passado, que chegava o cartola e queria escalar o jogador, queria tirar o jogador, isso é do passado. Isso é de time que não progrediu“.