Contra a corrente
Cansado um pouco do papo que anda rolando nesse espaço, senti a necessidade de falar do time, defender uma tese que tenho desde o ano passado acerca do time rubro-negro.
Em momento algum abri mão de achar o escrete furaconense suficientemente bom pra disputar um lugar honroso no Brasileiro. Nosso time passou por um grande momento no estadual, perdendo o título injustamente em 1 partida, que foi a do Couto (mérito dos azeitonas), sofrendo uma queda de desempenho a partir de então.
Grande erro do ano foi a demissão de Ney Franco (e embora eu mesmo estivesse insatisfeito com alguns resultados do time, não compreendi sua demissão) que, se cometeu alguns erros de escalação (como o fraquíssimo Michel no 1º jogo da final) ou não conquistou o que se propôs, tinha toda a condição de fazer esse time ser competitivo no Brasileiro. Não preciso lembrar que ele perdeu os 2 jogadores mais importantes durante o campeonato, responsáveis pela armação do time.
Sofremos pela falta de 2 ou 3 peças que viessem pra jogar, substituindo Ferreira e Clayton. Mas o pior erro do ano, sem nenhuma ínfima sombra de dúvida, foi o magnífico Bob. Pior que o erro original, foi o erro fundamental de segurar o cara durante um turno inteiro, assistindo a um time desmotivado, perdido, desarrumado, mal fisicamente, entre outras negativas. Uma campanha pífia assistida passivamente pela diretoria. A mesma paciência não tiveram com o Ney.
Pra fundamentar minha tese de que o time não era ruim, veio o Geninho e fez os caras jogarem, lembrando que todos se encontravam com uma preparação física muito aquém da necessária.
Por essas explanações acredito no time que temos esse ano. Pela seqüência, pelo Geninho, pela preparação e por haver grandes jogadores no elenco como Ferreira (que vai voltar a sua melhor forma), Valencia, Galatto, Rodolfo, Netinho (minha modesta opinião) entre outros bons. As contratações não foram aquela maravilha, mas agrada muito a chegada de Marcinho, pra dar qualidade no meio.
Enfim, num momento em que a própria mídia local, de quem se espera uma análise mais técnica e menos grosseira; uma explanação inteligente, além do óbvio; menos vinculada a resultado, num momento em que a torcida se deixa levar por questões superficiais, quando há muito de estrutural no problema que tivemos no ano que se passou, prefiro ver que não estamos tão mal quanto querem nossos adversários mais próximos.
A nossa crença está sempre numa linha cretinamente tênue que separa sucesso da frustração. Por isso, é preciso cabeça fria pra discernir o que efetivamente está acontecendo do que parece estar acontecendo. A grande prova disso é que se a moçada da copa São Paulo (muito boa safra) tivesse se perdido no caminho, errado um gol fundamental que nos desse a classificação pra chegar até aqui, toda nossa empolgação com essa mesma safra de jogadores (que não deixaria de ser boa) não teria acontecido, e pior, provavelmente haveria uma profusão de críticas aos piás e ao departamento de formação. É fácil ver qualidade nas vitórias, difícil é entender que derrotas podem ser ocasionais.
Um melhor ano pra nós, furaconenses. E eu acredito muito nisso.