O Fala, Atleticano é um canal de manifestação da torcida do Atlético. Os textos abaixo publicados foram escritos por torcedores rubro-negros e não representam necessariamente a opinião dos responsáveis pelo site. Os autores se responsabilizam pelos textos por eles assinados. Para colaborar com um texto, clique aqui e siga as instruções. Confira abaixo os textos dos torcedores rubro-negros:
13 abr 2009 - 14h46

Domingo de futebol?

Quando tinha meus 11 anos já frequentava estádio sozinho. Era o início da década de 1990 e nosso clube perambulava pelas praças desportivas de Curitiba. Mandávamos jogos no Couto Pereira, no Pinheirão, na Vila Capanema e até no Boqueirão. Éramos chamados de ‘sem-terra’ e tínhamos craques do nível de Marcelo Araxá e Gílson, ‘o diabo loiro’. Lembram disso?

Minha maior alegria era ir ao jogo com meu pai. Carioca, torcedor do Flamengo, ele não entendia meu processo de atleticanização. ‘É a torcida, pai… é a torcida’. Mesmo sem entender, de vez em quando ele ia junto comigo.

Era uma rotina interessente no domingo. Acordávamos com a Fórmula 1 ou com o campeonato italiano. Almoçávamos na vó, assistindo o Show do Esporte com Elias Júnior na Bandeirantes. Umas duas da tarde vinha o comando: ‘Vamô pro jogo?’ Pô, era uma delícia. Sorvete, figurinhas do campeonato brasileiro de 93 e todo o clima de jogo.

O tempo passou, meu pai foi morar em Barcelona e eu continuo indo aos jogos. Só não coleciono mais figurinhas. O sorvete, minha namorada, dona Karyme, não me deixa esquecer.

Chegamos ao jogo de ontem. Domingo de Páscoa, céu azul, almoço em família e tudo mais. Dia perfeito para ir a Arena e lotá-la, certo? Errado…

Me desculpem o desabafo, mas colocar 13 mil pessoas, quando se tem 21 mil sócios com cadeiras reservadas, é ridículo. Isso significa que cerca de 50% dos sócios não comparecem aos jogos. E não é de hoje. Só vão nos chamados ‘grandes jogos’.

Pensem: em todos os jogos o setor Getúlio Vargas (inferior e superior) sempre está lotado (além da Fanáticos, é claro). Aqueles torcedores que sempre vão aos jogos, compraram suas cadeiras primeiro, escolheram os melhores lugares e costumam ir a todas as pelejas. Daí veio aquela onda de associações e os torcedores esporádicos, porém com dinheiro, garantiram lugares periféricos. Claro que isso é uma generalização, pois também existem torcedores fiéis em outros setores. O que acontece então? Cerca de 11 mil sócios comparecem, 2 mil ingressos, para quem não é sócio, se esgotam rapidamente e o resto do estádio fica vazio. Uma lástima.

Existe solução para isso. Um grande clube europeu, sinceramente não lembro qual, tem o seguinte esquema: sócios que não irão aos jogos, entram em contato com o clube com antecedência, disponibilizam seu lugar e, se o clube vendê-lo, metade do valor fica para o sócio. Não sei se em desconto na mensalidade, dinheiro vivo ou produtos.

É possível fazer isso? Acredito que sim, basta utilizar os vários meios de comunicação que existem hoje e boa vontade.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…