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13 maio 2009 - 16h10

Aqui tem um bando de chatos!

Sou saudosista, gosto de histórias, estatísticas, sou fanático por esquemas táticos, gosto de estudar os clubes, sua formação, o que representam.

É fascinante entender como a alcunha de um clube perdura por décadas. Times de origem popular, ou dissidentes de outros clubes, frutos de fusões, enfim, todos carregam uma alcunha que perdura sempre, seja de raça, seja de elitização, seja de sofrimento.

Assim também são suas torcidas. As de origem mais popular, as oriundas de dissidências a algumas políticas centenárias são consideradas as mais quentes.

Há aquelas consideradas exigentes, fruto de já nascerem da elite, ter suas raízes fincadas na burguesia de cerca de cem anos atrás, que são ávidas por resultados, mas frias no apoio ao time.

Eu prefiro as quentes. Aliás, sou atleticano hoje graças a torcida atleticana. Vendo o Atlético jogar no começo dos anos 80 contra o Operário de Ponta Grossa, cidade onde resido e trabalho hoje, não hesitei em pedir ao meu falecido vizinho, operariano roxo, que me levava aos jogos:

“Tio, será que eu posso ir lá naquela outra torcida? Parece que é mais legal lá…”

Daí, nasceu o amor ao Rubro-Negro paranaense. Eu, morador do interior, tinha tudo para ser corintiano, palmeirense, flamenguista, mas não, acabei me tornando rubro-negro.

Tornei-me rubro negro pois aos 8, 10 , 12 anos, achava bonito um time que não ganhava quase nada ter uma torcida tão legal, pequena, é verdade, mas era uma torcida de raça, que anos depois fui entender que esta raça tinha relação direta com sua origem.

E é disso que eu quero falar. Nossas origens e como está esta torcida hoje.

A “era Petráglia”, que foi excelente para a instituição, acabou por alterar um pouco esta alcunha de nossa torcida.

Sempre respeitados, sempre exemplo de apoio incondicional, sempre apaixonados por um clube que nos brindava apenas com um titulo a cada 5 ou 6 disputados, que não figurava costumeiramente entre os primeiros.

Assim era nosso torcedor, cada um de nós. Éramos apenas apaixonados, atleticanos acima de tudo, orgulhosos por sermos apenas defensores do Rubro-Negro.

Hoje somos um bando de facções dentro de um mesmo estádio, parecemos que estamos esquecendo que torcemos pelas cores de nosso time e não para esse ou aquele diretor, para essa ou aquela torcida organizada, para este ou aquele jogador.

Já está mais do que na hora de pararmos com isso.

As críticas a jogadores antes mesmo da partida começar, as criticas à(s) diretoria(s) por essa ou aquela contratação, o excesso de cornetagem e a falta de canto nas arquibancadas, o maldito “senta-senta” de alguns setores mais expectadores da Baixada tÊm se tornado uma constante na Arena e tem manchado a nossa história de raça e amor ao clube, historicamente forjada mais de derrotas do que de acertos.

Devemos sim exigir um time vencedor, devemos e é nossa obrigação de sócios lutar por uma equipe mais forte, mas não é execrando os Netinhos da vida que conseguiremos isto. Não é xingando a revelação Wallyson pelos dois gols perdidos diante do Corinthians que vamos motivá-lo.

Lembram do Fernandinho? Improvisado na lateral direita foi diversas vezes vaiado em campo e depois lembram o que ele fez pelo time?

O que os críticos apocalípticos que freqüentas Baixada hoje querem?

Exigir o direito de consumidor (que infelizmente é o que somos hoje) é algo aceitável, mas desde que não nos esquecemos que antes do negócio Atlético existe o Clube Atlético Paranaense, clube pelo qual torcemos, clube que queremos bem.

É obvio que faltam contratações, que prometeram muito e cumpriram pouco. É obvio que Geninho foi corporativista com os atletas que salvaram o clube do rebaixamento em 2008, é óbvio que a diretoria está sem dinheiro, e que a situação anterior “jogou” fora a Kyocera esperando um patrocínio maior e hoje nos vemos com USD 2.000.000,00 anuais a menos no mínimo.

Mas e daí? Vamos chutar o balde?

Vamos dizer que Geninho não presta? Que MM é um fanfarrão mentiroso? Que WalLYson é bom, mas não está maduro?

Basta! Precisamos da nossa alma de volta. Precisamos que cada atleticano volte a defender as cores daquele clube que nada ganhava, mas que era amado por sua torcida.

Basta à “pegação” no pé de atletas, basta aos xingamentos antes da bola rolar, e se é pra vaiar, vaie no final da partida, após o apito final, durante o jogo, faça sua parte, para poder cobrar dos demais, jogadores e diretoria, que façam as delas.

Diretoria, faça a sua parte e nos dêem as chuteiras.

Geninho, ache o time ideal e coloque pra jogar quem estiver melhor, não quem esteve melhor.

Jogadores, joguem bola.

E torcedores, torçam, mas não contra o CAP dentro da Baixada.

Abaixo os cornetas do apocalipse! Chega de agüentar um bando de chatos que querem ser campeões, mas que seu apoio não passa dos R$50,00 por mês. O CAP precisa de torcedores. Basta aos cretinos que só saber ver o lado ruim. Basta dos céticos que acham que o Atlético nasceu em 1995!

Basta de expectadores. Participe, grite, cante, incentive, vaie só no final se assim o desejar, mas durante o jogo, faça da sua cadeira uma posição de apoio ao Furacão.

A obrigação do atleticano não está restrita a ir a Baixada, ou pagar os R$ 50,00.

Ser atleticano é, sempre foi e sempre será mais que isso. É acreditar quando ninguém mais acredita, é torcer quando outros se calariam.

Ser atleticano é ir a Baixada ver o Atlético jogar, não apenas ganhar!

A baixada é lugar para Atleticano!

Fora, cornetas!

A nossa alcunha é de raça. Nossa tradição é o amor!
Ganhar ou perder não é a razão de uma torcida existir.

A história do clube é!
NÃo deixem meia dúzia de expectadores exigentes jogarem nossa alma fora!



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