Ziquita – eu estava lá
Sentado em um barranco atrás do gol dos fundos, com meus filhos ainda pequenos, me lembro como se fosse hoje.
Atrás alguns pinheiros, no meio uma barraca com a cerveja e o refrigerante mergulhados no gelo em uma tina de madeira, uma pequena arquibancada, um banheiro fétido, um alambrado enferrujado.
No campo um time beirando a mediocridade, levando uma surra de 4 x 0.
Aí entra ZIQUITA e, em 17 minutos, empata a partida. Que glória, que saudades.
Poucos anos depois surgiu um homem arrogante, ditador, antipático e estragou tudo: pegou nossa belíssima e bucólica Arena e a transformou no estádio mais moderno do Pais.
Se desfez do magnífico centro de treinamento que tínhamos nos banhados próximos a São José e construiu o mais belo e eficiente centro de treinamento do país.
Pegou aquele time medíocre, mas guerreiro, e o substituiu por um que acabou sendo campeão brasileiro da Série B, campeão brasileiro da Série A, vice-campeão da Libertadores, ufa!
Mas finalmente conseguiram tirar ele de lá e volta a esperança.
O Atlético voltará aos seus tempos de glória, os antigos e competentes dirigentes já estão voltando, e com eles logo teremos, de novo, as bebidas mergulhadas nas tinas de gelo, os banheiros fétidos, aquele magnífico time medíocre, que conseguia perder de quatro na Baixada para o Colorado, os grandes idolos como o Ziquita e os competentes presidentes como o Malucelli.
Pena que cortaram os pinheiros e minha idade não permite que outros cresçam para me fazer sombra assistindo o jogo em cima de um barranco no gol de trás.
Mas no resto estamos vendo que o atual presidente está fazendo o possível pra realizar.
Já conseguiu ressuscitar até o ZIQUITA. Não dá pra conter tanta emoção. Obrigado, Malucelli.