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9 jun 2009 - 15h36

Torcida

Meu nome é Augusto Michells. Tenho 28 anos e me reconheço como torcedor atleticano desde 1987, ano em que assisti, ao vivo e a cores, uma partida do Furacão no longínquo Pinheirão. Fazia frio e o adversário era o Flamengo.

Bom, o que tenho a dizer está relacionado ao comportamento da nossa torcida diante do catastrófico jogo do último domingo. Não concordo com uma grande parcela de torcedores que se prestou a gritar “olé” enquanto o time mineiro tocava a bola. Não concordo e nunca farei isso! Cheguei a criticar um pessoal do setor onde fico por causa de tal comportamento. A situação do Atlético é muitíssimo preocupante; mas tornar-se o 12º jogador do time adversário não contribui em nada.

Nossa torcida sempre se orgulhou por ser a maior e mais vibrante do estado. Os coxas, coitados, tiveram que cair pra segunda divisão pra aprender um pouco mais sobre o que é incentivar um time e fazê-lo ganhar no embalo da arquibancada. Acho que nós não precisamos dessa lição.

Nossa presidência vai fazer as contratações necessárias. Nosso time vai se recuperar. O nosso coro vai soar forte novamente. Até lá, façamos pressão, cobremos do time e da diretoria de uma maneira mais coerente (ainda que pedir coerência no calor da partida seja bastante difícil), indo ao CT, mobilizando grupo de sócios e encaminhando documentos escritos aos dirigentes. Enfim, agindo a favor do clube.

Em 1995, no ATLEtiba de páscoa, eu estava no Couto Pereira. Meus irmãos e eu, no meio da Fanáticos, cantando o nosso hino, mesmo tomando um chocolate do time alvi-negro de listras verdes (como diz o Juarez Villela). Foi a partir dessa atitude apaixonada que começou, ainda nos bastidores, a maior revolução de um clube de futebol do estado do Paraná.

Isso é um desabafo meu, de torcedor, mas é sobretudo um grande abraço rubro-negro do Augusto Michells.



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