Minhas primeiras lembranças do Atlético são de um time em clara ascendência, disputando com os grandes do Brasil e se fazendo valer em nossa humilde aldeia. Tínhamos uma diretoria forte, com objetivos e que sabia o que deveria fazer. Nunca vi o nosso Rubro-Negro em uma situação igual esta, com um time perdido em campo, uma Diretoria omissa e covarde e uma torcida organizada irresponsável e não menos omissa que a diretoria. Como isso foi acontecer? O que aconteceu com aquele clube que era apontado com um dos prováveis grandes do futuro, e agora sucumbe perante a mídia nacional e se vê humilhado perante sua própria torcida?

Tudo começou com a fatídica traição por parte do senhor Marcos Malucelli ao doutor Mário Celso Petraglia. Ele e sua trupe animada assumiram o clube (MM, GG, Geninho e depois Thiele e Karam) e acharam que seria moleza fazer um clube do tamanho do CAP continuar na mesma crescente que vinha há 14 anos. Começaram com “tudo”, fazendo a Polenta’s Party, falando em economizar em azulejos, dando churrasco e convidando a galera da “sede”, dando apoio ao Homem de 200 mil reais e criticando a antiga cúpula do CAP. Ganhamos um Paranaense, não por competência, mas por falta de adversários, e fomos eliminados na Copa do Brasil. E a cada entrevista do mandatário atual do Furacão percebemos como está despreparada essa atual diretoria, primeiro tínhamos uma não comprovada “herança maldita” que nos impedia de contratar e não subiríamos os garotos da base para não prejudicar a evolução desses atletas. Agora temos grana pra trazer treinadores e jogadores, e subimos meio de time de revelações. Onde está a coerência? Onde está o planejamento? Não existe, temos dois empresários extremamente limitados no comando do Atlético e a cada vez o barco afunda mais.

No último domingo, a primeira praga foi exterminada. O melodramático técnico Eugênio Machado se demitiu após uma ridícula derrota para o Galo Mineiro em pleno Templo Sagrado. Bem dizem os sábios que quando o barco começa a afundar os ratos são os primeiros a sair, e a nação atleticana respira aliviada pelo pedido de demissão, pois sabe que o omisso Presidente Marcos Malucelli nunca teria peito de demitir o Pequeno Gênio e enfrentar a ira da TOF, que ficará sem seu mui amigo. Não bastasse a desastrosa atuação do time e do técnico, ainda tivemos episódios grotescos na arquibancada, primeiro a TOF abafando os gritos de “Volta Petraglia” e “Fora, Geninho” e depois alguns membros desta própria torcida levando bandeiras para o segundo anel da Arena e posicionando-as em frente às câmeras de televisão e assim impedindo-as de transmitir o jogo. Algo totalmente deplorável e contra todos os princípios do futebol profissional.

E hoje, pra completar a tragédia dantesca, anuncia-se que Moraci Sant’Anna não virá para o CAP, pois tem proposta de um clube estrangeiro. Ficamos seis meses com Ridênio e Wanderley Filho e agora não temos mais como trazer um dos melhores preparadores do Brasil. E a pior de todas as notícias do dia é a vinda do Diretor de Futebol (sic!) Ocimar Bolicenho que estava no Santos e saiu de lá depois de quase ir as vias de fato com a comissão técnica do Peixe, além de ter afundado o Paraná Clube, Marília e Joinville. Isso fora não se comentar as ligações escusas do mesmo com técnico Wanderley Luxemburgo e máquinas de jogo. Pra completar o prato temos a vinda de Waldemar Lemos para o comando do Rubro Negro, e aí vemos como essa diretoria é completamente amadora.

Eu nunca imaginei chegarmos a esse ponto, de total esfacelamento dos ideais que o Clube Atlético Paranaense tinha na época em que foi dirigido pelo eterno Presidente Márcio Celso Petraglia. Estamos nos misturando a corja do futebol nacional e cada vez mais sendo humilhados perante a mídia. Isso não pode continuar, não podemos deixar que esses amadores acabem com tudo que foi construído por muitos durante vários anos a custo de dedicação e suor em prol da nossa paixão maior. CHEGA DE AMADORISMO, VOLTA PETRAGLIA JÁ!