23 jun 2009 - 0h04

Mosaicos tomam conta do país

Em 2005, uma nova forma de colorir e fazer a festa das torcidas em estádios de futebol foi trazida com pioneirismo pela torcida atleticana ao Brasil. Era o Mosaico Furacão, que passou a ser símbolo da criatividade e da forma de expressar o amor pelo Atlético em enormes montagens nas arquibancadas. Hoje, quatro anos após a inovação trazida pelos rubro-negros do Furacão, o conceito mosaico vem se espalhando pelo país, prova de que a iniciativa deu certo e chamou a atenção de outras torcidas.

Além da torcida do Atlético, outras torcidas já promoveram o espetáculo dos mosaicos nas arquibancadas: as torcidas do Flamengo, Fluminense e Vasco, no Rio de Janeiro, e do Avaí, em Santa Catarina.

No Atlético, até hoje, foram realizados 12 edições do Mosaico Furacão. As imagens retrataram fatores diretamente ligados ao clube, como o símbolo e as iniciais do Clube Atlético Paranaense, palavras de apoio e incentivo ao time, além de figuras que retratavam conquistas e o espírito da raça atleticana. Um dos mosaicos mais emblemáticos criados pela torcida atleticana foi no jogo contra o Nacional, do Uruguai, na Copa Sul-Americana de 2006. Uma enorme bandeira do Brasil coloriu as arquibancadas da Arena da Baixada. “Procuramos sempre exaltar algum momento do Atlético em cada edição do Mosaico Furacão. A emoção de ver a torcida unida não tem preço. Os torcedores nos procuram, comentam sobre os mosaicos, nos enviam sugestões, e ajudam financeira e fisicamente nesse processo organizacional que não é simples e exige muita concentração e planejamento. Não visamos lucro de nenhuma forma, não competimos com o clube, na verdade somos parceiros dele. Levamos a marca "CAP" e queremos que o Atlético cresça cada vez mais e sua ligação com sua própria torcida, seja ela organizada ou não, se estreite a cada dia”, explica o presidente do Mosaico Furacão, Thiago Henk.

Primeiro mosaico atleticano foi em 2005[foto: arquivo]


Um espírito que tomou conta dos atleticanos e hoje invade outras torcidas do futebol brasileiro. Ano passado, a torcida do Vasco fez a famosa “Cruz de Malta” nas arquibancadas de São Januário. Mas foi este ano, com o mosaico sendo promovido por torcedores da dupla Fla-Flu que a ideia foi se popularizando. “Sabemos que a torcida do Atlético Paranaense já havia feito mosaico, porém no Rio de Janeiro era novidade e, obviamente, na do Flamengo também. Demos o azar de ser eliminados na semifinal da Taça Guanabara (1° turno do Campeonato Carioca) e não pudemos implementar na data programada (final da Taça Guanabara). Sendo assim, tivemos que adiar para a final da Taça Rio. A partir de então, não sabemos se informação vazou ou se foi por acaso, a torcida do Fluminense fez em formato de bandeira do clube, o chamado “goleiro de botão”. Mas não nos acanhamos e fizemos outros sempre evoluindo, com escritas e mosaico duplo”, explica em entrevista exclusiva à Furacao.com Marcelo Gonçalves, do Movimento Urubuzada, que coordena os mosaicos na torcida do Flamengo.

Assim como na torcida atleticana, em que cada edição do Mosaico Furacão é aguardada com ansiedade e expectativa, entre os flamenguistas o espírito é o mesmo. “A receptividade é excelente. Hoje a torcida do Flamengo inteira já aguarda com ansiedade a entrada do time em campo para poder visualizar ou ajudar a formar o mosaico”, conta Marcelo.

Mais importante que o brilho nas arquibancadas, o Movimento Mosaico no Brasil prova que é possível se fazer grandes espetáculos e promover uma rivalidade entre as torcidas de forma sadia, procurando exaltar feitos de seus clubes, mas sem violência ou hostilidade aos adversários. “Vemos com felicidade o fato do conceito mosaico estar se expandindo pelo Brasil. Na torcida do Atlético, a ideia surgiu em 2004, quando entrei em contato com amigos que estavam em Portugal. Já acompanhava os mosaicos europeus via Internet e me aprofundei mais, conseguindo contato de algumas facções de torcidas em Portugal e na Itália. Na época debati esse assunto com amigos forunistas do Furacao.com e planejávamos montar a equipe e organizar uma comissão. Mas acabamos parando o projeto e tudo ficou no papel. Mas em 2005 organizamos uma grande e produtiva equipe e o nome "Mosaico" cresce a cada dia”, diz Thiago Henk, do Mosaico Furacão.

Segundo ele, há a ideia em entrar em contato com todas as torcidas que promovem a festa dos mosaicos nas arquibancadas e formatar uma espécie de “Liga do Mosaico”, com troca de experiências e até mesmo concursos de mosaicos no Brasil. “Na Europa esse tipo de concurso já é bastante tradicional, quem sabe conseguimos trazer isso para o Brasil também?”, planeja Henk.

Confira algumas fotos e vídeos de mosaicos feitos por outras torcidas do Brasil:

Mosaico da torcida do Fluminense no Maracanã [foto: GLOBO ESPORTE.COM]


Mosaico da torcida do Flamengo, no jogo contra o Atlético, na estreia de Adriano [foto: GLOBO ESPORTE.COM]

Mosaico da Torcida do Avaí [foto: divulgação]

Mosaico Furacão

Iniciativa inédita no futebol brasileiro, o Mosaico Furacão estreou oficialmente no dia 20 de agosto de 2005, no jogo entre Atlético e São Paulo, na Arena da baixada.
São milhares de adereços reunidos, que juntos formam um gigantesco mosaico.

A equipe do Mosaico Furacão é formada por diversos torcedores do Atlético, encarregados em organizar os mosaicos e orientar os demais torcedores em como montar a coreografia. A equipe conta com um site na internet, no endereço www.mosaicofuracao.com.br .

Até hoje, já foram realizadas doze edições do Mosaico Furacão. A estréia aconteceu no dia 20 de agosto de 2005, na partida entre Atlético e São Paulo, formando um gigantesco painel com as iniciais do clube – CAP.

A segunda edição do Mosaico foi no dia 02 de outubro de 2005, no jogo entre Atlético e Flamengo, com os torcedores reverenciando as duas principais conquistas do Atlético: os títulos Brasileiros da 2ª divisão (em 1995) e da 1ª divisão (em 2001), com os painéis formando as duas estrelas que simbolizam as conquistas.

Mosaico Furacão faz a festa na Baixada[foto: arquivo]


O terceiro Mosaico foi no clássico regional entre Atlético e Paraná Clube, no dia 30 de outubro de 2005, com os torcedores formando uma enorme bandeira do estado do Paraná nas cores rubro-negras, numa referência à maior torcida do estado – "O Paraná é Rubro-negro".

O quarto mosaico foi em 05 de fevereiro de 2006, numa homenagem ao então técnico do Atlético, Lothar Matthäus, com a formação de uma enorme bandeira da Alemanha nas arquibancadas do estádio atleticano.

Na sua quinta edição, o mosaico aconteceu no dia 12 de Outubro de 2006, no jogo entre Atlético e River Plate, com a imagem formando o símbolo estilizado das iniciais do clube: CAP.

Em 25 de Outubro de 2006, na partida contra o Nacional do Uruguai válido pelas quartas de final da Copa Sul-Americana, um verdadeiro show foi protagonizado nas arquibancadas da Arena da Baixada, com a formação da maior bandeira do Brasil num estádio de futebol. Os torcedores atleticanos utilizaram mais de 2100 painéis na cores da bandeira nacional e homenagearam o Clube Atlético Paranaense como sendo o único clube brasileiro na Copa Sul-Americana de 2006.

No dia 15 de novembro de 2006, na partida entre Atlético e Pachuca, também pela Copa Sul-Americana, foi a vez do tradicional coro do “Uh! Caldeirão!” ser lembrado pelo mosaico, numa constituição perfeita da força que o estádio tem para o time.

Em 2007, novos mosaicos foram organizados pelos atleticanos. No dia 04 de abril de 2007, um mosaico profético foi realizado pelos torcedores, que mostrou o placar do jogo entre Atlético e Vitória, pela Copa do Brasil: 3 x 0 era o resultado que o Furacão precisava para obter a classificação e o pedido de todos os atleticanos foi demonstrado pelo mosaico. O resultado do jogo foi 3 a 0 para o Furacão, com dois gols de Denis Marques e um de Evandro.

A nona edição do mosaico ocorreu no dia 09 de maio de 2007, no jogo entre Atlético e Fluminense, pela Copa do Brasil. O mosaico fez uma homenagem à torcida atleticana, o verdadeiro 12º jogador do time nos jogos na Baixada.

No dia 16 de setembro de 2007, no momento delicado que o Atlético enfrentava no Campeonato Brasileiro, mais uma vez a força do mosaico se disse presente. Contra o Palmeiras, na Baixada, o pedido era de união entre time e torcida, na bonita mensagem dos torcedores para a virada atleticana na competição.

Em 2008, outros dois mosaicos foram realizados. Um deles na final do Campeonato Paranaense, no dia 04 de maio de 2008, contra o Coritiba, com a mensagem de raça, que deveria prevalecer naquela partida e em toda a temporada.

E no dia 21 de setembro de 2008, um momento histórico: pela primeira vez o Mosaico Furacão foi realizado no setor Getúlio Vargas Inferior. O maior mosaico atleticano trazia a imagem de uma fênix, mostrando que o Furacão iria renascer das próprias cinzas.



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