Kléber Pereira, o incendiário
Como ninguém é de ferro, resolvi passar alguns dias no aprazível Estado do Maranhão visitando a capital São Luis e os pontos turísticos nos arredores. Se alguém não sabe, Kléber Pereira nosso grande artilheiro de 2001, é natural deste belo estado brasileiro.
Com todas as pessoas nativas com as quais conversava, e quando o assunto versava sobre futebol e me identificava como paranaense, invariavelmente o assunto era Atlético Paranaense e Kléber Pereira.
Impressionante como o povo maranhense gosta do Kléber. Conhecem toda a história do ‘incendiário’ no Atlético, seus gols e a campanha vitoriosa do Furacão em 2001. Lembraram que Kléber chegou no Atlético com problemas de dentição e foi preparado cuidadosamente, física e técnicamente, durante 5 ou 6 meses para estrear e integrar o famoso quadrado mágico com Lucas, Kelly e Adriano. Quantas saudades, não é mesmo, pessoal?
Fiquei extremamente orgulhoso em saber da importância do Atlético no cenário nacional. No Maranhão, onde a torcida se divide entre Moto Clube, Sampaio Correia e Maranhão Atlético Clube, o Furacão é reconhecido e respeitado como uma potência ao nível dos times do eixo Rio-SP e Minas-RS.
Curiosamentek, no Maranhão cerca de 80% do povo torce para o Flamengo e, quando este vence, soltam fogos e desfilam nas ruas como se fosse vitória da seleção brasileira.
Kléber Pereira é um exemplo de homem. Pessoa muito pobre, ralou muito para chegar onde está atualmente. Não nega seu passado de dificuldades, forjou o caráter de dignidade enfrentando preconceito e toda a espécie de críticas comuns da autofágica imprensa paranaense.
Todos aqueles que fizeram parte do excelente time de 2001 merecem ser destacados, desde Flávio até Kléber, passando por Cocito, Kleberson e Alex Mineiro. Deixaram muita saudade e alguns não tiveram o reconhecimento necessário. Kléber é um destes. Vou mais além e digo que o jogador mereceria uma placa na Arena, tal como possuem Kleberson e Lucas (gol de placa contra o Paraná).
Kléber não só merece essa homenagem pelo que fez jogando pelo CAP como por atitudes extra-campo, e mesmo situações de jogo ao não comemorar gols feitos contra o Atlético e depoimentos nos quais reconhece a importância do Furacão em sua vida.
Kléber Pereira, o ‘incendiário’, obrigado por tudo que fez por nós atleticanos.