23 fev 2010 - 22h02

Confira a entrevista coletiva de Marcos Malucelli

O presidente do Atlético Paranaense, Marcos Malucelli, concedeu entrevista coletiva na tarde desta terça-feira na sala de imprensa da Arena. O presidente fez um balanço de seu primeiro ano de gestão, detalhou acertos financeiros do Clube e esclareceu várias dúvidas dos jornalistas presentes. Confira os principais pontos da entrevista:

Um ano de gestão
Essa é uma continuação da prestação de contas do ano passado. Relembrando, em 2009 nós começamos com uma inovação no relacionamento com a própria imprensa. Isso desagradou alguns membros do conselho deliberativo e fizemos outras ações importantes. Trouxemos membros como o dr. Edilson Thiele e isso desagradou mais especificamente o conselheiro Mário Celso Petraglia. Conseguimos ser campeões, equilibrar as finanças e hoje posso dizer que hoje é um CAP diferente daquele clube antes de 2009. Fomos beneficiados por vendas como o Cristian e o Michel Bastos. E por isso nosso balanço será melhor do que de 2008. Fechamos no superávit. E 2010 começa e estamos em recuperação. Fizemos investimentos em jogadores internacionais e aos poucos eles vão desempenhar. Temos que dar tempo aos jogadores que contratamos agora.

Ocimar Bolicenho
Ainda em 2009 fiquei acumulando a direção de futebol até que contratamos um profissional da área, o Ocimar Bolicenho. Ele entende da área e tem nos ajudado muito mas temos ouvido muitas críticas porque ele já foi presidente do Paraná. Já renovamos a prestação de serviço dele e vamos ficar no mínimo até o final de 2010. Houve uma denúncia que ele era funcionário fantasma. Mas quero informar que desde 1994 ele é funcionário e cumpre o expediente no Tribunal de Contas do Paraná. E também cumpre no CAP. Ele não trabalha por hora, ele trabalha pela meta de deixar o Atlético grande.

Marketing
Aqui estava provisoriamente o Nelson Fanaya que nos ajudou bastante. De início sem remuneração e depois de junho com remuneração. Até que necessitamos de um profissional que pudesse estar mais presente no Clube e em dezembro trouxemos o Paulo César Verardi que tem experiência na Umbro, no Grêmio e veio com uma grande bagagem para ajudar o Clube.

Jogadores
Em 2009, 13 jogadores da equipe de base que subiram para o profissional. Em 2010, mais cinco subiram. Temos hoje no total 20 jogadores da base em um plantel de 32 jogadores. Isso é investimento em chuteira. É formar jogadores para aproveitá-los para jogar e quem sabe no futuro render caixa para o Clube. Acabamos com aquela entrada e saída de jogadores. Em 2009, trouxemos apenas 12 jogadores. Quatro no primeiro semestre e o resto no segundo semestre. Esses investimentos foram da ordem de R$ 450 mil e foram as contratações do Alex Mineiro, do Paulo Biaer e do Claiton. E esses três jogadores pertencem ao CAP, ou seja, se eles forem negociados o Clube ganha. Até agora em 2010 trouxemos apenas 5 jogadores. Em 2010, os investimentos foram de R$ 600 mil reais pelo Bruno Mineiro mais US$ 150 mil nos jogadores estrangeiros. Como comparação em 2007 só com a contratação de seis jogadores, nós gastamos R$ 2,2 milhões. E os jogadores trazidos não deram resultado.

Parcerias em jogadores
Acabamos com todas as parcerias. Acabamos com a parceria com o CAPA e o PSTC porque nós mesmos estamos investindo nos nossos jogadores. A coisa era bem simples. Era uma parceria que fizemos em 2006 e transferimos nossos jogadores da categoria infantil para o CAPA e esse contrato ia até 2008. Aos poucos íamos trazendo os destaques de lá e o Alex Sandro foi um destes exemplos. Era um jogador nosso que foi pro CAPA e retornou. Nessa ida e volta, o Atlético ficou com 30% a menos, que ficaram então com o CAPA. Esses jogadores do CAPA somam 37 atletas e 14 tem parcela do PSTC. Em alguns casos, o CAP tem 60%, o CAPA 20% e o PSTC 20%.

Saída do zagueiro Ronaldo
O Ronaldo não deu retorno financeiro ao Atlético. O contrato dele vencia em 1º de maio de 2010 e tentamos a renovação com um padrão de salário. O Ronaldo não aceitou, pediu muito mais do que era a nossa proposta para jogadores que estavam subindo do juniores. Em janeiro acertamos que o liberamos antecipadamente e ficamos com 20% dos direitos econômicos.

Negociação de Alex Sandro
O Enio (Fornea) foi procurado pelo filho do Mário Celso Petraglia por telefone dizendo que o pai dele teria uma proposta de um grupo pelo Alex Sandro e que seria muito boa. Quando a diretoria analisou essa proposta eu falei que tínhamos recebido uma proposta de 2 milhões de euros por 100% do jogador, proposta esta feita pelo Gustavo Arribas. A outra proposta era do Mário Celso que era de 2,5 milhões de euros por 100%. Eu liguei ao Gustavo Arribas e ele me disse que conseguiria subir a proposta até 2,7 milhões de euros. No fim das contas a proposta era a mesma, do mesmo clube e fechamos após três dias em 2 milhões de euros por 70% do Alex Sandro. O Enio fechou com Mário Celso mas daí ele disse que era preciso pagar mais 200 mil euros para os intermediários. 130 mil euros para o Carlinhos Sabiá e mais 70 mil euros para a Master Talents.

Nesse episódio, se fala dos procuradores. As procurações foram outorgadas ao Alexandre Rocha Loures quando ele era funcionário do Atlético. Eu entendo que quando ele saiu do atlético ele deveria ter deixado as procurações e não poderia fazer uso. As procurações não foram outorgadas a ele e sim ao funcionário do CAP que era agente FIFA. O Pablo (Miranda) e o Rui (Paciornik) que também eram funcionários do Clube também se vêem envolvidos nisso tudo. O Rui foi membro do departamento jurídico eu lamento que ele esteja nisso tudo. Ela é uma pessoa de boa índole e lamento que ele tenha se agrupado nessa empresa.

Cadeiras da Arena
Não tem contrato de fidelidade com a Kango. O que acontece é que quando fomos comprar o preço dele era bom. O problema é que tem um único tipo de cadeira que poderíamos usar e é exclusividade da empresa dele. A forma é diferente das outras que vimos pra comprar. Então, nós nos vimos obrigados a comprar a cadeira da Kango.

Contratos do período anterior a 2009
Nosso departamento jurídico que faziam os contratos do Clube. Eu assessorava em reuniões mas o Mario Celso nunca me convidou para apreciar contratos. Nenhum desses contratos que disse tem o meu visto. Eu não dava expediente no Clube.

Timemania
Nós cedemos o espaço na Arena para a empresa Kango e eles nos pagavam R$ 750 mil por ano em 12 vezes de R$ 62,5 mil. Essa empresa instalou as placas da Timemania. Em junho fomos ver para renovar o contrato e como o Enio tem vários negócios que envolvem a Caixa Econômica, ele foi ver se eles tinham interesse em renovar conosco. A nossa surpresa foi quando a Caixa Econômica informou que eles nos pagavam R$ 120 mil por mês! Daí ficamos sabendo que a Kango tinha um outro contrato com a Caixa Econômica. Desses R$ 120 mil, 20% eram para a empresa de publicidade indicada pela Caixa. No fim, R$ 62,5 chegavam ao Clube R$ 32 mil era o ganho mensal da Kango. Ainda pagávamos ao ex-diretor de marketing Mauro Holzmann uma comissão de 12% sobre os R$ 62,5 mil, o que deixava o Clube com um valor líquido de R$ 55 mil reais mensais pela Timemania.

Agora renovamos o contrato. Não renovamos por R$ 120 mil porque a Caixa achou este valor muito caro. Renovamos por R$ 100 mil. Deste total, 20% ainda são da empresa de publicidade como forma de comissão. Hoje não temos intermediário e de R$ 55 mil passamos a receber R$ 80 por mês.

Arena Atletiba
É mais uma falácia. Isso são coisas que se criam e que se repetem e se tornam uma verdade. A Arena Atletiba seria ideal antes de nós construirmos o nosso estádio. Agora não é viável. Eu desconsidero essa proposta.

Parceria com Olimpi Rustavi
A Parceria não deve ser renovada porque tínhamos a expectativa de entrar no mercado do leste europeu. Porém, não está trazendo o resultado esperado. Não é que o clube (Olimpi Rustavi) é pequeno, o futebol na Geórgia é pequeno. É um futebol que pode se tornar uma Ucrânia daqui a algum tempo. Mas já avisei a eles que se não houver uma transação não vamos renovar a parceria.

Enio Fornéa: O projeto da Arena encontra-se em fase final de conclusão e já foi submetido a todos os órgãos competentes. Mas ele implica em uma série de liberações. Temos tido o apoio da prefeitura de Curitiba na unificação das áreas e a parte burocrática está indo muito bem. Dentro das 12 subsedes nós estamos mais adiantados. Mas o CAP não quer ficar com esse ônus sozinho. O projeto da Copa é da cidade e o Cube assumiu o compromisso de honrar uma parcela desse custo. Hoje não podemos afirmar em que dia exato iniciam as obras. O tempo de execução será de 1 ano e meio.
O que preocupa o Atlético é o envolvimento das autoridades públicas. Ela deveria ser mais agressiva, arrojada. Hoje não sabemos como vai ser. O Clube tem feito a sua parte.

Mário Celso Petraglia
Ele é um homem polêmico. É uma pessoa que não consegue viver sem o poder. Deve ser difícil para o ego dele aceitar que não tem ninguém para mandar e desmandar. Isso é um problema de cabeça que quem tem que cuidar é o psicanalista dele. O Mário tem o direito de espernear.

Patrocínios
Foi iniciado o contato com a AmBev mas não eu não tinha ficado satisfeito com os números. Liberamos para eles colocarem a marca na camisa na Copa do São Paulo. Mas surgiu uma outra proposta que está prestes a fechar que é da Coca-Cola. Possivelmente é com ela que fecharemos.

Time
Vamos investir no time. Agora temos a condição financeira para fazer isso. Vamos primeiro ajustar o time que temos mas vamos atrás de qualidade. Vamos trazer mais do que os cinco que trouxemos até agora. Vamos fazer um Campeonato Brasileiro como há tempos não fazemos.



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