15 jul 2010 - 18h37

STJD mantém penas de Danilo e Manoel

O Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não alterou as suspensões dos zagueiros Danilo e Manoel, de Palmeiras e Atlético/PR, respectivamente. Os auditores decidiram por unanimidade negar provimento aos recursos dos clubes, e, desta forma, os jogadores seguem suspensos. No mesmo processo, o atleticano Paulo Baier, teve a sua advertência reformulada e conseguiu a absolvição.

Com a decisão, Manoel ficará fora do Atlético contra Vasco e Santos e Danilo não jogará contra Avaí, Botafogo, Ceará, Corinthians, Goiás, Atlético, Guarani, Atlético Goianiense e Atlético Mineiro.

Suspensos em primeira instância, no dia 5 de maio, os jogadores cumpriram apenas dois jogos da punição – Manoel levou quatro jogos de gancho e Danilo 11 – já que o pedido de reconsideração do efeito suspensivo foi deferido no dia 19 do mesmo mês. O atleticano ficou fora das partidas contra Corinthians e Guarani, enquanto o palmeirense não atuou contra Vitória e Vasco.

O advogado do Atlético, Domingos Moro, em sua defesa, confirmou que houve sim um pisão e a tentativa de cabeçada, como foi flagrado pelas imagens. Segundo ele, houve uma sequência no fato, que não foi respeitada pela comissão disciplinar que julgou o processo em primeira instância. O advogado ressaltou também a juventude de Manoel, que revelou a uma rádio que pisou sim em Danilo e pisaria de novo por tudo que aconteceu dentro de campo. Mas o que o defensor atleticano pediu ao tribunal, se não fosse possível a absolvição, foi a justiça, pois não houve gravidade no lance e mesmo assim, o jogador recebeu punição acima da mínima, mesmo sendo primário e sem ter iniciado toda a confusão.

Em seguida o advogado do Palmeiras teve a palavra e lembrou que Danilo é descendente de negros e é casado com uma descendente de índios, sendo assim não teria motivo para ser preconceituoso. “O jogo muda a paixão de um jogador pelo seu irmão. É isso que ocorre no campo de jogo. Esses xingamentos sempre vão continuar. Não podemos ser hipócritas”, disse José Mauro Filho, que não acredita que o jogador foi movido pelo preconceito para xingar Manoel, que apenas naquele momento era adversário.

Relembre o caso e as denúncias

No primeiro duelo entre Palmeiras e Atlético pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no dia 15 de abril, no Palestra Itália, Danilo e Manoel se desentenderam ainda no primeiro tempo do jogo. O palmeirense foi flagrado pelas imagens chutando o adversário, que revidou com uma cabeçada. Em seguida, Danilo cuspiu em Manoel e ainda o chamou de “macaco”. O atleticano, por sua vez, admitiu ter dado um pisão em Danilo num lance posterior.

Levando em conta as imagens e os relatos do árbitro na súmula, a Procuradoria do STJD denunciou Danilo pela cusparada, tipificada no artigo 254-B do novo Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), e pela atitude racista – artigo 243-G do CBJD –, enquanto o Manoel respondeu duas vezes por ato de hostilidade – artigo 250 do CBJD –, em função da cabeçada e do pisão.

Após o jogo, Manoel registrou um boletim de ocorrência no 23º Distrito Policial de São Paulo e Danilo foi enquadrado no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal (injúria qualificada por racismo). A pena prevista varia de um a três anos de prisão. O jogador palmeirense depois se desculpou publicamente pelo ocorrido e chorou na entrevista coletiva.

No mesmo processo, o atleticano Paulo Baier, que foi expulso no jogo em questão, teve a sua advertência reformada e conseguiu ser absolvido.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…