Retiro do Facebook do Toni Casagrande:

ELEIÇÕES NO CAP: UMA LEMBRANÇA
‘Bar da Brahma, 2009. Eu e Luciana Pombo procuramos uma mesa. Pouco depois, encontramos Antonio Carlos Bettega, o sempre gentil Tataio, e Caio Soares, do Tribunal de Contas. Hoje, ambos estão da Chapa de MCP.
Luciana deixara a Diretoria de Comunicação e Marketing do Atlético dias antes das eleições de 2008. Rompera com o ex-comandante do jeito que todos rompem: drasticamente, mas sem levar desaforos pra casa. Aliás, pelo que sei da história e conheço dela, ele ainda não deve ter digerido o que deve ter ouvido.
Após um tempo, Tataio pede licença, sai por um instante e volta com a esposa para nos apresentar a esposa, sentada em outra mesa. Instantes depois, ambos chegam e ele diz: – Esta é a Luciana Pombo!
A mulher arregalou os olhos numa expressão de surpresa e reverência, como se visse um extra-terrestre, e com um grande sorriso, disparou: – Voceeê! Muuito prazer!
Em minutos, ela elogiou Luciana repetidas vezes pela coragem, disse que ela era um exemplo para as mulheres e coisas afins.
Eis bom exemplo do quanto surpreende encontrar alguém com coragem de peitar o dito-cujo e se impor.’

É, anos depois encontro o mesmo Tataio ao lado de Petraglia. E não somente ele. Pessoas que foram ultrajadas por ele, agora estão ao lado do homem como se fosse um semi-deus, alguém capaz…

Mas capaz de quê? De romper com a mesma torcida que destroçou no passado? Torcida esta que mandou tantas vezes o Imperador tomar no c… e que agora se abraça a ele, tomando – a torcida mesmo – no mesmo que lugar que outrora mandara Petraglia tomar?

E por que mandaram? Por causa de time – que Petraglia não nos dava. E não vai nos dar. Ou estou errada? Quem imagina que investiremos em time num ano em que o estádio da Copa tomará todos os lugares? Quem imagina que teremos condições de ter torcida no estádio num momento em que nem estádio teremos?

A paixão atleticana? Não, esta não morre. Mas deverei repetir o mesmo gesto transloucado de ex-dirigentes atleticanos que por anos se recusaram a entrar na Baixada – não pela beleza que jamais será tomada dela, nem pela formosura de sua torcida apaixonada, mas pela decepção de ter de volta os olhos enlouquecidos do mesmo ser que em 2008 gritava pelos corredores do Atlético que todos iriam pagar caro por ter sido ele afastado, que o Atlético cairia para a segunda divisão e que implorariam para ele voltar.

Na época, denunciei. Disseram que eu acreditava na Teoria da Conspiração. Pois bem, agora a teoria se mostrou verdadeira, com algumas modificações. A mais importante delas: ninguém implorou, mesmo assim ele quer voltar!…

É, o Mundo dá voltas…