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6 jul 2012 - 14h57

Mais tristes

Nós, atleticanos, nos transformamos numa legião de tristes. Vivemos um longo período de sombras, que nos massacra. Inútil estabelecer diferenças entre as gestões que se sucederam desde 2005, pelo menos, e que provocaram o cansaço coletivo e a desesperança que nos dividem politicamente, de forma destrutiva e amarga. Todas elas seguiram a mesma cartilha, todas elas traíram os nossos sonhos, as nossas expectativas, as nossas cores. Faz tempo que o futebol está relegado a plano secundário no CAP. Malucelli não é – e nunca foi – a antítese de MCP. Os dois, afetados pelo delírio dos ditadores, montaram times horríveis, que nos deixaram atordoados e fizeram a alegria de empresários e picaretas.

Poderia escrever muitas outras linhas sobre o assunto, mas isso é desnecessário. Da minha parte, já desabafei bastante. Em 2010, por exemplo, quando estávamos na primeira divisão do Brasileiro e nossos jogos ainda eram na Baixada, a situação pouco se diferenciava da atual. Não digo mais nada, portanto. Apenas reproduzo o que sentia então, talvez um pouco mais triste neste carrancudo 2012. Aí vai:

“O que nos liga a um clube que pouco conhecemos de fato, mas que nos faz perder um pedaço das nossas vidas com preocupações, medos e expectativas? Qual a explicação para o fascínio que provocam as cores quentes de uma paixão sem limites nem condições? Não sei a resposta, e nem poderia saber, posto que ela habita a região dos sentimentos, que são contraditórios, que são múltiplos e se misturam.”

“Penso nisso tudo quando meu corpo cansado vislumbra os próximos capítulos de (mais) um campeonato que nos atormenta. Penso na nossa pequenez, na mediocridade que tomou conta do cotidiano que nos cerca. Somos a melancolia em estado puro. Tem sido assim há cinco longos e arrastados anos. As mesmas histórias, as mesmas frases conformistas, os mesmos erros que se sucedem. E somos nós, apenas, que ficamos tristes. Nós, os homens e mulheres que ocupam os espaços de uma arena outrora incandescente, a Baixada dos nossos sonhos, agora transformada em cemitério de ilusões. Somente nós ficamos tristes. Eles, os que administram os tostões que deixamos todos os meses em seus cofres, como sócios, como consumidores, como amantes enlouquecidos, eles seguem com seus negócios milionários. A estrutura maravilhosa que anunciava a modernidade hoje nos presenteia com a vergonha de assistir a vexames que se sucedem, a mortos-vivos que caminham sem destino pelos gramados, vestidos com o manto sagrado do qual tanto nos orgulhamos. Como se não bastasse, seres estranhos com apitos na boca e cartões vermelhos nas mãos contribuem para a nossa queda anunciada.”

“E eles lá, com seus negócios. E eles lá, com seu silêncio criminoso. Eles lá, sem nenhuma expressão em seus rostos burocráticos. Os tristes, afinal, somos nós, que vivemos as dores de um amor que nos abandonou.”

Poderia escrever muitas outras linhas sobre o assunto, mas isso é desnecessário. Da minha parte, já desabafei bastante. Em 2010, por exemplo, quando estávamos na primeira divisão do Brasileiro e nossos jogos ainda eram na Baixada, a situação pouco se diferenciava da atual. Não digo mais nada, portanto. Apenas reproduzo o que sentia então, talvez um pouco mais triste neste carrancudo 2012. Aí vai, então:

“O que nos liga a um clube que pouco conhecemos de fato, mas que nos faz perder um pedaço das nossas vidas com preocupações, medos e expectativas? Qual a explicação para o fascínio que provocam as cores quentes de uma paixão sem limites nem condições? Não sei a resposta, e nem poderia saber, posto que ela habita a região dos sentimentos, que são contraditórios, que são múltiplos e se misturam.”

“Penso nisso tudo quando meu corpo cansado vislumbra os próximos capítulos de (mais) um campeonato que nos atormenta. Penso na nossa pequenez, na mediocridade que tomou conta do cotidiano que nos cerca. Somos a melancolia em estado puro. Tem sido assim há cinco longos e arrastados anos. As mesmas histórias, as mesmas frases conformistas, os mesmos erros que se sucedem. E somos nós, apenas, que ficamos tristes. Nós, os homens e mulheres que ocupam os espaços de uma arena outrora incandescente, a Baixada dos nossos sonhos, agora transformada em cemitério de ilusões. Somente nós ficamos tristes. Eles, os que administram os tostões que deixamos todos os meses em seus cofres, como sócios, como consumidores, como amantes enlouquecidos, eles seguem com seus negócios milionários. A estrutura maravilhosa que anunciava a modernidade hoje nos presenteia com a vergonha de assistir a vexames que se sucedem, a mortos-vivos que caminham sem destino pelos gramados, vestidos com o manto sagrado do qual tanto nos orgulhamos. Como se não bastasse, seres estranhos com apitos na boca e cartões vermelhos nas mãos contribuem para a nossa queda anunciada.”

“E eles lá, com seus negócios. E eles lá, com seu silêncio criminoso. Eles lá, sem nenhuma expressão em seus rostos burocráticos. Os tristes, afinal, somos nós, que vivemos as dores de um amor que nos abandonou.”



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