Devaneio e volúpia
A seleção está jogando contra a Suécia. É o adeus ao Estádio Rasuda palco sede da Copa de 1958, que será demolido dando lugar a um conjunto residecial.
Igual destino teve o Estádio Sarriá de Barcelona, de triste recordação (alegre para os italianos, Paolo Rossi principalmente). Já o Estádio Wankdorf, sede Copa/54, deu lugar a um cemitério.
O Estádio Nacional do Chile é muito mais lembrado por ter sido a última parada para milhares de vítimas do golpe militar de Pinochet do que por ter sediado a Copa/1962.
Relato isto para mostrar quão sem propósito o calvário que estamos vivendo sem estádio para jogar, para a tão só pueril glória de servirmos de subsubsede da próxima Copa.
Suplício que começou ano passado com as armações mil do Pinochet de Uruguaiana para que fossemos rebaixados para a Série B (não vou detalhar, acho que já exauri o tema).
Calvário que se agravou este ano, sem estádio, e que se estenderá por todo o ano seguinte.
Uma trégua em 2.014 com o efêmero e fugaz ôba ôba da Copa. Mas que tornará com força já no final do mesmo ano quando começar chegar a conta para pagamento.
Todo esse sacrifício para que? para apenas nos vangloriarmos que um dia nosso Estádio (ou nossa Arena, se preferirem) foi subsubsede de uma Copa do Mundo? Ou, ainda, para não termos mais o desagrado de ouvir os capanema continuarem se gabando que o Durival de Britto é o único Estádio do Paraná que teve essa glória?
É muito pouco para tanto sacrifício, tanto prejuizo atual (e já tido), tanta despesa futura e tamanha dívida porvir.
Só lembrando: a ‘Areninha’ prometida dentre os 135 milhões orçados inicialmente… já excluida do projeto. Apesar dessa exclusão, a estimativa atual já ultrapassa os 200 milhões.
Difícil diagnosticar onde termina o devaneio do visionário e começa a volúpia do mercenário.