Drubscky: “Eu tenho certeza que eu vou ficar”
O técnico Ricardo Drubscky estreou na beira do gramado neste sábado (18), na vitória do Atlético sobre o Criciúma, por 1 a 0, em Paranaguá. Desde que reassumiu o cargo de treinador, Drubscky conseguiu três vitórias em três jogos e devolveu a confiança à torcida atleticana que, hoje, vê o Furacão a apenas quatro pontos do G4.
Apesar da desconfiança e das constantes críticas recebidas, Ricardo Drubscky mostra tranquilidade e se diz confiante quanto à possibilidade de ser efetivado no comando técnico do Rubro-Negro. Em entrevista coletiva concedida após a partida, ele fez questão de frisar: “eu tenho certeza que eu vou ficar.”
Confira abaixo os principais trechos da entrevista coletiva de Ricardo Drubscky:
“Quem viesse ao jogo ia ver um jogo bom. Porque eram duas equipes que jogavam. E realmente foi um jogo interessante nesse aspecto. Um primeiro tempo que foi muito bom para o Atlético. Não sofreu basicamente nada. No segundo tempo, apesar de estar com um jogador a mais, fica sempre aquela situação de você estar reconquistando um espaço, reconquistando uma posição dentre os grandes da divisão, né? Dentre os grandes que o Atlético merece estar, então ainda estamos passando naquela fase de dificuldade, ainda de dúvida, então foi um segundo tempo menos bom do que o primeiro, mas ainda assim, tirando grandes ações dos atacantes deles que são muito bons, a gente também não sofreu perigo de gol.”
Perguntado se acreditava que a equipe estava jogando com mais alegria, o treinador destacou:
“Ah! Eu acho sim. Eu admito alegria no futebol com qualidade de jogo. Porque o time quando sente confiança no jogo, ele começa a se sentir mais feliz porque tem um produto a ser mostrado. Então a gente tem mostrado isso desde o jogo lá no Ceará, desculpa, lá de Natal, já tem mostrado uma evolução de qualidade de jogo. Se nós tivéssemos enfrentado o ASA aqui em casa e o ASA tivesse um pouquinho de interesse pelo jogo ofensivo, talvez a gente tivesse mostrado um jogo parecido com esse aqui que nós mostramos hoje. Então essa alegria vem com a qualidade do jogo, os treinamentos estão fluindo de uma maneira muito interessante, então isso tudo soma. E eu já falei isso uma vez e volto a dizer: vieram alguns jogadores para o elenco que também deram uma esquentada no vestiário. Jogadores assim mais rodados, despojados, bons caráteres e competitivos e que são jogadores que estão jogando. Então isso traz o que? Traz confiança para o vestiário. Isso tudo gera alegria, gera qualidade e a gente espera manter isso e melhorar cada vez mais.”
A respeito da manutenção de um quarteto ofensivo, formado por Felipe, Elias, Henrique e Marcão, Drubscky destacou a importância de ter um grupo coeso e boas peças de reposição:
“Olha, eu conto assim com todos os jogadores do grupo. Eu quero enaltecer aqui a entrada de um jogador que entrou 15 ou 20 minutos, que foi o Marcelo. O Marcelo entrou muito bem, ele errou um lance em todas as bolas que ele pegou. Foi agressivo, foi inteligente, e um jogador que jogou pouco. Então ele ajudou a segurar a bola no ataque de uma maneira inteligente. Então assim, nós temos um grupo que está se mostrando cada vez mais qualificado, os resultados vão aflorando a autoconfiança de todos, então não só essa turminha que está sendo mantida ali na frente, porque fatalmente um ou outro vai apitar e a necessidade de sair, mas um grupo aí de atletas, de jogadores, que estão realmente querendo jogar.”
Quanto à defesa, o treinador exaltou a presença de Manoel que, para ele, é um jogador diferenciado:
“Apesar de eu ver o jogo de uma maneira mais global, de uma maneira mais ampla, ou seja, eu armo a equipe como um todo, a gente conta com todos os setores bem encaixados. O Manoel, pra não ficar falando de outros jogadores, citando um por um, o Manoel é um jogador acima da média. Eu já falei isso nos treinamentos. Impressiona a maneira como ele treina, a maneira como ele se dedica ao trabalho e a maneira como ele se entrega nos nos jogos. É realmente um jogador acima da média e eu fico muito feliz em ter um jogador desse jogando do meu lado.”
Em determinado momento, Drubscky foi questionado se ainda se sentia o técnico interino do Atlético, ou já podia falar como se estivesse oficializado no cargo. A resposta demonstrou bom humor e otimismo:
“Eu te aconselho a chamar nessa entrevista coletiva um dirigente do Atlético. Eu não estou muito preocupado com isso, sinceramente. Eu tenho comigo a convicção de que eu vou ficar, e isso me basta. Então eu vou tocando esse barco aí, sinto que os jogadores me respeitam muito, sinto que a turma toda que está no CT ali me respeita muito e me gosta, e eu também adoro. Toda vez que eu entro no CT eu agradeço a Deus de estar podendo trabalhar num clube como o Atlético. E eu tenho certeza que essa oportunidade não vai me escapar. Então o que vai acontecer pra frente não me interessa, eu tenho certeza que eu vou ficar. E hoje eu garanto isso pra você.”
Ricardo também falou a respeito do clássico contra o Paraná Clube, que encerra a participação do Rubro-Negro no primeiro turno da Série B:
“O clássico contra o Paraná é um clássico muito difícil, sem favoritos e nós estamos mais ou menos na mesma pontuação, então é um clássico pra encher o estádio e a gente tentar se firmar com uma vitória boa.”
Quanto à possibilidade de voltar a jogar em Curitiba, diante dos rumores de que o Atlético está negociando a volta para o Janguito Malucelli, Drubscky ressaltou a importância do Atlético estar mais próximo de seu torcedor:
“Olha, jogar em Curitiba é muito importante. Nós não podemos negar que Paranaguá tem sido uma casa acolhedora, uma casa que nos atende muito bem. Em relação ao primeiro jogo que eu fiz aqui contra o Goiás, o campo melhorou muito, então graças ao campo ter melhorado muito nós conseguimos fazer a qualidade de jogo hoje e contra o ASA, essa qualidade de jogo que a gente apresentou. Agora jogar em Curitiba é mais interessante. A torcida que hoje deu uma mostra do que pode fazer, eu acho que em Curitiba, não tendo que se transportar pra cá e viajar uma hora, uma hora e meia, eu acho que lá eles vão poder dar uma contribuição ainda maior. E só de a gente ficar em Curitiba eu acho que é importante porque a gente se sente em casa, né? Apesar de não estar jogando na Arena. Então jogar em Curitiba vai ser muito importante.”
Por fim, a respeito das críticas que recebeu quando realizou as substituições, o técnico novamente demonstrou paciência e senso de humor, afirmando que está com crédito e pode cometer mais um erro sem que a torcida possa reclamar:
“Ah! Eu pretendia o que aconteceu. O Paulo Baier deu mais vida à equipe, o Elias é um jogador que está vindo de um tempo sem jogo e está precisando de mais tempo de trabalho. Ele veio, se machucou, ficou uma semana sem treinar, então assim… é um jogador qualificado tecnicamente, um jogador com uma perna esquerda, uma visão de jogo, fez umas bolas, umas invertidas de bola muito bacanas, mas ele é um jogador que não fecha um jogo, não faz noventa minutos. Eu até quero fazer, aproveitar Jairo e dizer que eu aceito o ‘burro’ da substituição do Elias, mas não aceito o ‘burro’ da substituição do Felipe, porque o Felipe pediu pra sair, ele se machucou. Então estou com um crédito aí com a torcida, eu posso errar uma próxima substituição que eles não vão poder me chamar de ‘burro’.”
Colaboração: Eduardo Arcie