Conhece o Mário?
Faltavam três anos para a Copa do Mundo de 1950, e o Brasil ainda não tinha um estádio da grandeza da competição. Pacaembu, em São Paulo, e São Januário, no Rio, não chegavam a comportar 40 mil torcedores. Eis que o jornalista Mário Filho entrava em campo para liderar uma campanha entusiástica a favor da construção de um novo estádio na então capital federal.
A obra tornou-se prioridade após uma série de reportagens comandadas pelo jornalista. A questão passou a ser o local. Foi travada uma batalha entre dois lados. Os que defendiam a área abandonada do antigo Derby Club, no Maracanã, liderados por Mário Filho; e os favoráveis ao bairro de Jacarepaguá, cooptados pelo inflamado vereador Carlos Lacerda, este – na minha modesta opinião – um grande idiota. Venceu o primeiro, após votação na Câmara dos Vereadores e o apoio da prefeitura.
A criação do projeto se arrastou e a burocracia atravancou o início das obras. Políticos (sempre eles!) começaram a ir contra o estádio quando Mário Filho divulgou em seu ‘Jornal dos Sports’ uma pesquisa de opinião em que 87% dos entrevistados eram favoráveis ao estádio novo. Finalmente, no dia 2 de agosto, o Maracanã começou a ser erguido por cerca de 200 operários. Após temores de que não houvesse tempo para a conclusão antes da Copa do Mundo, o gigante de 155 mil lugares ficou pronto no dia 12 de junho de 1950, 12 dias antes do início da competição.
Não fossem: Ari Barroso (comunicador e vereador), Mário Filho e algumas pessoas do ‘Jornal dos Sports’ o Maracanã não seria onde é. O estádio seria construído em Jacarepaguá (o Tarumã deles) e com 60 mil pessoas – lembra o jornalista Mário Neto.
Quando Mário Filho morreu, vítima de um ataque cardíaco em setembro de 1966, amigos se mobilizaram para que o Maracanã fosse batizado com seu nome. Um mês depois, o desejo se tornou realidade.
Nelson Rodrigues – O Anjo Pornográfico, O Gênio, O Monstro – cunhou uma célebre frase sobre o irmão, de quem era fã confesso: O maior estádio do mundo tem o seu nome. Pena que não o tenham enterrado lá. Com o Maracanã por túmulo, Mário Filho merecia que o velassem multidões imortais.
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Faltavam sete anos para a Copa do Mundo de 2014, e Curitiba ainda não tinha um estádio da grandeza da competição. Um Couto Pereira ruindo, no Alto da Glória; um Pinheirão fadado a virar ruínas, no Tarumã (a nossa Jacarepaguá); as Vilas modestas, no Capanema e no Alto Boqueirão; e a Arena da Baixada, inaugurada em 1999, mas ainda aquém de receber jogos de uma Copa do Mundo.
Eis que o empresário Mário Celso Petraglia entrava – uma vez mais – em campo para liderar uma campanha entusiástica a favor da conclusão da Arena da Baixada com vistas ao Mundial de 2014.
A obra tornou-se prioridade após a confirmação de Curitiba como uma das cidades-sede do Mundial, isso em final de Maio de 2009. A questão principal passou a ser o aporte de recursos para o custeio da obra. Digo principal, pois houve outras, dentre as quais a autofagia curitibana, a inveja dos verdes (será que vem daqui a expressão ‘verde de inveja’?), a inveja dos azuis, dos vermelhos e até dos vermelhos e pretos, estes em número reduzido, é verdade, mas houve.
Foram travadas inúmeras batalhas. De um lado, Mário Celso Petraglia, seus companheiros, suas convicções e suas Bandeiras. Doutro lado, tudo e todos que vocês nem conseguem imaginar. ‘A guerra com todos os seus horrores!’ – tudo e todos contra o Clube Atlético Paranaense!
Os que defendiam a conclusão da Arena da Baixada como palco curitibano para o Mundial de 2014 foram tachados de tudo: cooptados, dissimulados, vendidos, comprados, saqueadores do Erário, cínicos, etc.
Os que – por inveja, ódio, falta de informação, rivalidade ou outra força motriz – posicionaram-se contra a conclusão da Arena da Baixada, inflamados principalmente por jornalistas, dirigentes esportivos e políticos desonestos, venais e sem caráter e que sempre agiram contra os interesses e a História do Clube Atlético Paranaense – passaram a ganhar ares de probos.
Aqueles que adotaram um discurso ácido contra o Clube Atlético Paranaense, suas realizações, sua História e sua Torcida passaram a vender a imagem de últimas reservas morais da Nação, passaram a escrever Evangelhos em vez de colunas sobre futebol, passaram a defender o Erário e a boa aplicação das receitas públicas, coisas que até então não faziam parte de seus discursos, pois, ocupantes das elites curitibanas, nunca tinham se dado o trabalho de defender o Erário e suas aplicações. Defensores de ocasião? Certamente. O tempo dirá. A preocupação desses caras não é o fato de as crianças curitibanas estarem sem escola ou creche; a preocupação desses caras é obstaculizar as obras da Arena, mesmo que com isso Curitiba fique – ou ficasse – alijada do Mundial de 2014. Maus curitibanos em pele de cordeiro.
Ver(d)eadores proferindo discursos absurdos contra a Copa, contra a Arena, contra o Atlético. IDIOTAS! Movidos por paixões clubísticas, ou por inveja, ou outros sentimentos subalternos, tentaram afastar Curitiba do rol das cidades que receberiam a Copa. Quiseram apequenar uma cidade que se agiganta. Quiseram humilhar Curitiba publica e nacionalmente, mas – INCOMPETENTES – nem isso conseguiram fazer, FELIZMENTE!
A burocracia atravancou o início das obras. Políticos, jornalistas e alguns maus atleticanos (sempre eles!) começaram a ir contra o estádio, mas nada demoveu, nem demove, nem demoverá esse incansável Mário Celso Petraglia.
A Arena da Baixada ficará pronta, sim, para o Mundial de 2014, ainda que alguns semeiem o temor de que não haja tempo para a conclusão antes da Copa do Mundo.
Nosso gigante de 41,5 mil lugares ficará pronto não só para a Copa, mas para o resto da vida do Clube Atlético Paranaense.
Não fossem Mário Celso Petraglia e os milhares de Atleticanos – apaixonados, fanáticos, enlouquecidos – e a Arena da Baixada não seria o palco curitibano da Copa de 2014, tampouco seria o campo de nossos sonhos, sonhos que, no novíssimo estádio, se tornarão realidade!
Quando Mário Celso Petraglia morrer, vítima de um ataque cardíaco causado pelo seu Atlético Paranaense, amigos se mobilizarão para que a Arena da Baixada seja batizada com seu nome, contrariando inclusive o desejo expresso do falecido.
E fosse eu Nelson Rodrigues – O Anjo Pornográfico, O Gênio, O Monstro – cunharia uma célebre frase sobre o Amigo, de quem sou fã confesso: A Arena da Baixada teria mesmo de ter o nome do maior Atleticano de todos os tempos. Pena que não o tenham enterrado lá. Com a Arena da Baixada por túmulo, Mário Celso Petraglia mereceria que o velassem multidões imortais de Atleticanos.
Você tem certeza de que conhece o Mário? Eu o conheço. Eu vi – e vivi – suas lutas em prol do Clube Atlético Paranaense. Eu tive esse privilégio…