Desalento
Retornando do litoral, parei para ver o andamento da obra da nova Arena. Digo nova arena porque, conforme maquete, é outro estádio (relevo da grama, alambrado, cadeiras, vestiários, camarotes, sanitários, lanchonetes … é tudo novo).
Disse que parei para ver o andamento. Disse mal. O verbo andar não cabe, nem o sufixo ‘mento’. Vi foi a paralização da obra.
Parei na Buenos Aires, tomei um copo de garapa no ‘seo Perez’, subi até a Brasílio Itiberê, contornei pela Dulcídio, retornei pela Getúlio. Altos tapumes quase nada permitem observar. Mas movimento e barulho de movimento de operários e máquinas, nenhum.
A torre da B.Aires com a Getúlio sequer ainda demolida.
Lembrei então de uma coluna do Mafuz há uns 15 dias titulada ‘Último Tijolo’, e das constantes intervenções do Oscar Meirelles neste espaço, levantando dúvidas sobre a conclusão da obra, pelo menos no prazo já pela quarta vez prorrogado.
A realidade mostrando a pertinência de tais dúvidas.
Chegando em Cascavel abro este site e vejo a manchete: ‘Atlético divulga imagens aéreas da Arena’. Vou conferir as imagens e, então, vejo o que no local não me foi possível ver. Se não está absolutamente parada, está indo como sugere o Martinho da Villa:’é devagar, é devagar,… é devagarinho’.
No mesmo dia o paranaonline publica: ‘Linha do tempo: Obras na Arena da Baixada’.
Sequência de fotos, mês a mês, de dezembro 2.012 (bela foto) a fevereiro/2.013(escombros). Quem não viu, confira e analise. E mais que o tempo, problema para conclusão é dinheiro.
Um adendo, me permito, ao texto do Mafuz e as intervenções do Oscar. Do numerário a ser liberado pelo BNDS restam apenas 67 e não 97 milhões pois 30 milhões o Município havia antecipado quando ainda não aprovado o financiamento. Na ocasião, ensejou o imbróglio Cid Campello.
Saindo da obra para o futebol, ou em melhor mas triste definição, da calamidade para o flagelo.
A última notícia ‘Conversa com Jonas avança e jogador pode reforçar o CAP’.
Mas nos últimos 10 dias já não contrataram dois laterais direito? Léo e Arilton. E o Clube já não têm outros dois: Daniel e Adriano. Além dos dois ex-juiores Renato e Jean?
Esse Jonas que se anuncia era do Coritiba e foi vendido para o Vasco que como de praxe, estilo e hábito não pagou ao credor. Agora para trazer Jonas e superlotar a prateleira certamente irão quitar a dívida do Vasco abastecendo o cofre dos coxas.
Outra notícia. Felipe Coltro, ex junior, rescindiu. No mesmo dia viajou para Campinas assinar com a Ponte, a pedido de Bolicenho.
Lateral esquerdo habilidoso foi sempre destaque nas categorias de base desde que chegou ao Clube com 13 anos. Na Ponte Preta vai fazer companhia a Denis, também ex-junior recém dispensado. Denis, centroavante canhoto, habilidoso, boa estatura, excelente impulsão e cabeceio, era tido como o futuro Paulo Rink.
Ambos no Atlético lapidados por sete anos. Na hora de profissionalizarem-se, vão de mão beijada para a Ponte. Conclue-se que nos tempos em que era Diretor de Futebol do Marcos Malucelli, Ocimar Bolicenho não mandava tanto no futebol do Atlético como agora que está em Campinas.
Com Jonas, Merida, Jean Chera … chegando, aproxima-se de 70 o número de atletas do elenco. Um exagero. Casa de mãe Joana. Não há atleta empresariado pelo Baideck ou com direitos federativos/econômicos vinculado ao venturoso Deportivo Maldonado que esteja desempregado.
Vivesse nos dias de hoje e atleticano fosse, Castro Alves bradaria: ‘Dizei-me vós, Senhor Deus! / Se é loucura.. se é verdade / Tanto horror perante os céus’.