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19 fev 2013 - 16h59

Exibição digna de aplausos

Olho na tabela de pontuação do campeonato e vejo o Atlético atrás do J. Malucelli e, considerando o futebol apresentado, não se poderia esperar muita coisa do rubro-negro. Em situações normais, estaríamos na parte de cima dessa tabela, brigando pelo título do turno, mas com a equipe sub-23 em campo, o máximo que conseguimos em oito jogos foram oito pontos e apenas seis gols. Uma campanha ridícula para a tradição do Atlético.

Independente da situação, fomos lá, nas imediações do Parque Barigui, às margens da rodovia, prestigiar o futebol dos meninos. Bem ou mal eles vestem a camisa rubro-negra e o papel que cabe à torcida na hora do jogo é apoiá-los incondicionalmente do começo ao fim.

O J.Malucelli veio com uma camisa com listras horizontais em cinza (!) e branco. Um uniforme de gosto duvidoso, mas uma equipe que vem fazendo um bom campeonato. Talvez esse time seja o verdadeiro co-irmão a que muitos se referem, pois é nos seus domínios que temos jogado e é lá onde comemoramos a volta à primeira divisão naquele dramático 17/11/2012.

Com sol forte, o Atlético começa bem, com uma postura diferente da dos demais jogos. Vem com “apenas” dois volantes e com o Renatinho com mais liberdade no meio, girando a bola para os lados. Pablo faz o pivô, de costas para o marcador e Douglas Coutinho joga aberto caindo mais pela direita. Harrison acaba sendo o armador das melhores jogadas de ataque. Logo no início faz um belo lance com toques sem deixar a bola cair e que termina numa bicicleta.

Confirmando o seu predomínio, o Atlético abre o marcador num golaço por cobertura de pé direito do Douglas Coutinho, depois de um excelente passe de primeira do Pablo. Mais uma vez a impressão que nos dava é que forçando mais, os gols sairiam naturalmente, mas o tempo começou a jogar contra o Atlético. De início começa a cair uma chuva fina, que engrossou, encharcou nossas roupas e nos fez sofrer na arquibancada descoberta. Chuva essa que refletiu no futebol do Atlético. O jogo ficou mais equilibrado e antes do final do 1º tempo, o J.Malucelli empatou o jogo.

Parecia que veríamos o mesmo final conhecido de outros jogos desse sub-23. Já com sol novamente, no início do 2º tempo, o J. Malucelli vai pra frente e eu os vi perder um gol incrível, numa bola na trave. A torcida começou a reclamar, ou pelo menos uma parte dela, sendo Pablo, o alvo preferido, pois ele estava perdido em campo.

De algum modo as reclamações surtiram efeito. O time ficou mais ligado, começou a jogar com mais vontade e as entradas de Junior de Barros e Marcos Guilherme foram fundamentais. A do Junior porque o Pablo estava mesmo muito mal e a do Marcos porque o técnico tirou de campo um volante, Elivélton, muito mal também, o que liberou o time para atacar mais. Com Marcos Guilherme, Harrison, Junior de Barros e Douglas Coutinho na frente o time ficou mais solto e começaram a aparecer mais jogadas no ataque. Fez o 2 a 1 com Harrison que se excedeu nas comemorações, tirou a camisa, foi tirar satisfações com a torcida, etc. e numa jogada espetacular com Junior de Barros, Douglas Coutinho matou o jogo em 3 a 1. Terminou tocando a bola com propriedade, senhor da partida. Exibição digna de aplausos.

Se é certo ou errado o uso de uma equipe sub-23 para a disputa de um campeonato importante como o campeonato paranaense, não vem ao caso. Mesmo não concordando com esse critério de menosprezo ao campeonato regional, acredito que a diretoria do clube tomou essa decisão dentro de um planejamento que privilegia as competições nacionais. Cada equipe faz o planejamento que bem entende. Estou vendo outras equipes de 1ª divisão jogando os campeonatos regionais e somente o Atlético está tomando esse cuidado todo. Desde a última partida oficial do time principal já se passaram exatos 3 meses. Isso não comprometeria o rendimento da equipe principal até ela ganhar o chamado “ritmo de jogo”? Talvez. Veremos os resultados dessa política em poucos meses.

O fato é que esse time sub-23 provou sábado que tem potencial, que conseguindo um entrosamento e com um esquema tático mais audacioso pode colher bons resultados. Tem jogadores como Harrison, Taiberson, Junior de Barros, Douglas, Hernani, que numa equipe bem encaixada, podem causar dor de cabeça em muitos adversários.

Na defesa, Santos já é um goleiro maduro. Renan, se repetir o jogo que fez sábado, é jogador pro time principal e esse Renatinho é incansável e chuta bem e forte. Ou seja, o material humano é bom, só espero que o técnico seja mais corajoso, saiba modelar essa equipe e a melhore a cada jogo.

Domingo próximo, a prova de fogo. O jogo contra o maior rival, no campo do adversário, líder do campeonato. Com trabalho intenso e duro durante a semana e com o foco totalmente concentrado nesse jogo, o Atlético nos dará uma grande alegria, vencendo esse clássico.

Jogando com raça, amor à camisa e com uma boa preparação, eu acredito que esse “jogo da vida’ pra muitos desses garotos será o início de uma carreira vitoriosa pra muitos deles e uma arrancada para a conquista do 2º turno e do campeonato.



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