Análise do jogo: Tranquilamente, 6 a 1
Para a partida contra o Náutico, ontem, na Arena Joinville, o técnico Vagner Mancini poupou somente Pedro Botelho de olho no jogo de quarta-feira, a final da Copa do Brasil no Maracanã. Deste modo, o treinador rubro-negro conseguiu armar a equipe da maneira que quisesse e manteve o esquema tático base do ano: o 4-3-1-2. Já Marcelo Martelotte, técnico do Náutico, modificou o esquema de seu equipe para jogar contra o Furacão. Ao invés do 4-3-1-2 que a equipe vinha jogando nestes últimos jogos, o Timbu entrou no 3-5-1-1.
Atlético no tradicional 4-3-1-2 e Náutico no improvisado 3-5-1-1 [arte: Caio Gondo]
Os primeiros minutos de partida mostraram que o já rebaixado Náutico não estava querendo entregar tão facilmente os três pontos. O time pernambucano manteve a maior posse de bola e aproveitou os espaços que Felipe, improvisado na lateral direita, deixava defensivamente. Em 20 minutos, o Timbu perturbou o sistema defensivo atleticano, realizando três das sete finalizações que faria em todo o primeiro tempo. Assim, Felipe passou para o lugar de Zezinho, Juninho foi para a lateral direita e Zezinho para a esquerda.
Depois dessa reorganização defensiva, o time rubro-negro se encontrou em campo. Deste modo, o Náutico deixou de atacar tanto e o Atlético começou a jogar como um Furacão. Do minuto 22 até o 37 os comandados de Vagner Mancini realizaram quatro das sete finalizações do primeiro tempo, e realizaram dois gols. Com o sistema defensivo melhor postado, o adiantamento da marcação dos jogadores de frente se tornou possível, o time fez seu terceiro gol.
Com a desvantagem no placar, Marcelo Martelotte colocou o atacante Maikon Leite no lugar de William Alves no intervalo. Deste modo, o Náutico voltou ao seu 4-3-1-2 dos seus últimos jogos e abandonou a marcação individual no campo inteiro que estava realizando.
A partir do intervalo, as duas equipes passaram a jogar no 4-3-1-2 [arte: Caio Gondo]
Porém, assim como voltou o esquema tático utilizado nos últimos jogos, os mesmos erros defensivos também voltaram a aparecer no sistema defensivo do Náutico. Esta equipe apresenta uma marcação individual nos jogadores de meio de campo adversários, porém, os meio campistas do Timbu não acompanham o seu jogador a marcar até o fim da jogada. Ao mesmo tempo que este acompanhamento não acontece, a defesa, que marcou individualmente no primeiro tempo e no segundo por zona, ficou frequentemente sem saber o que fazer quando o Atlético subiu em bloco para o ataque pelo meio. Foram tamanho despreparo tático e desentrosamento dos jogadores do Náutico que os gols três gols do Furacão, que saíram em um intervalo de 11 minutos, foram pelo meio da defesa pernambucana.
Com a vantagem impressionante de quatro gols, já que o Náutico fez um no fim do primeiro tempo, Vagner Mancini colocou Cleberson, Bruno Silva e Roger nos lugares de Luiz Alberto, Paulo Baier e Éderson, respectivamente. As três substituições aconteceram em um intervalo de seis minutos e foram com intuito de poupar um pouco mais os três jogadores para a partida de quarta-feira. Uma vez que Bruno Silva e Roger não podem atuar pelo Atlético no torneio nacional, as entradas destes dois jogadores foram providenciais.
Distribuição tática dos jogadores após os técnicos terem realizado as suas substituições [arte: Caio Gondo]
Depois das entradas destes três jogadores no time do Atlético, o time passou a cadenciar o ritmo do jogo, a ficar com a posse da bola (terminaria com 50,70%) e só atacar em momentos mais tranquilos para o time. Tanto que a equipe finalizou somente duas vezes em 25 minutos e realizou o seu sexto gol através de uma cobrança de falta.
Porém, apesar do Furacão ter diminuído o ritmo no meio do segundo tempo, a equipe apresentou dados estatísticos semelhantes ao que vem apresentando nesse Campeonato Brasileiro. Contra o Náutico, o Atlético realizou 236 passes, 17 cruzamentos e 46 lançamentos. Já a média do time no campeonato nacional nestes fundamentos são: 228 passes, 20 cruzamentos e 49 lançamentos.