Um julgamento justo
Novamente nos deparamos com os transtornos proporcionados por dirigentes de clubes cariocas que no decorrer do campeonato não demonstraram a mínima capacidade administrativa e afundaram suas agremiações que acabaram por sucumbir a segunda divisão para 2014.
Inconformados e do alto de toda a arrogância e total falta de respeito para com o regulamento que anuiram previamente, conforme lhes é peculiar, insistem em buscar meios espúrios para garantir a permanência de seus clubes na chamada divisão de elite do futebol brasileiro, sob pena de prejuízo dos demais que lutaram dentro do campo para o mesmo fim.
Desde que adotou uma postura diferenciada, a qual é possível reputar progressista aos olhos do desorganizado futebol brasileiro, tendo em vista as administrações corruptas e amadoras dos clubes, Federações e a própria CBF, o Atlético passou a incomodar aqueles considerados grandes e até então intocáveis.
Prova disso é a atitude das diretorias dos fracassados Vasco da Gama e Fluminense, os quais, apesar de todo o apoio da mídia nacional não conseguiram se estruturar administrativa e financeiramente acabando por caírem para a segunda divisão NOVAMENTE!!!
E NOVAMENTE tentam por meios transversos manterem-se na primeira divisão em total desrespeito aos demais, dessa feita disparando acusações contra o Atlético e Portuguesa.
No caso da Lusa, ao que tudo indica, infelizmente a denúncia deverá prosperar.
Com relação ao Atlético, o próprio STJD já rechaçou a pretensão vascaína e rejeitou o recurso no qual pretendia obter os pontos da partida através da argumentação de falta de segurança no estádio sob mando atleticano.
Nesse sentido, há que destacar que antes de iniciar a partida o Vasco não argumentou absolutamente nada a respeito, apesar de ciente da ausência da polícia militar naquele local.
A mencionada ausência se deu em razão de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público estadual, na qual, em tese, o comando da polícia militar se baseou para não se posicionar conforme deveria tê-lo feito, apesar de se constituir em um evento de natureza privada.
Todo e qualquer evento, privado ou não, que reúna grande quantidade de pessoas impõe a presença da força pública para garantir a ordem, até porque, a atuação da segurança particular encontra obstáculos legais que limitam o uso da força que é exclusiva da polícia militar.
Em razão disso, ao assinar o contrato de locação do estádio o Atlético recolheu todos os tributos necessários, inclusive a taxa referente ao policiamento local que inclui as partes externa e interna da praça esportiva e contratou segurança privada, conforme exige a legislação que rege a matéria.
Sendo assim, não caberia ao próprio Atlético impedir o início da partida sob a alegação de falta condições de segurança, sob pena de resultar em punição no âmbito desportivo com a perda de pontos e até rebaixamento, tendo em vista decisões anteriores dessa natureza exaradas pela CBF corroboradas posteriormente pelo STJD.
Até porque, volto a frisar, ao início da partida nenhum incidente fora registrado, tanto que o próprio Vasco não arguiu falta de segurança antes do jogo, mas somente após decorrer aproximadamente um terço do tempo.
Aliás, salvo engano, se a paralisação ocorrer até esse período a partida poderá ser cancelada com a perda dos pontos do mandante em favor do visitante, conforme desejava a diretoria do Vasco, logicamente sem nenhuma premeditação por parte deles!!!
Sem ironias, é evidente, portanto, que o Vasco veio carregado de subterfúgios para tentar posteriormente alterar o resultado que era perfeitamente previsível naquele momento.
Dentre os quais, seu ‘esquadrão de gladiadores’ agraciados com inúmeras benesses por parte da diretoria e que já haviam causado problemas em Brasília, fora outros incidentes anteriores, em razão dos quais já se tornaram conhecidos em todo o Brasil, basta qualquer adversário enfrentar o Vasco em São Januário para conhecer.
Nesse sentido, é importante frisar que ao contrário do que a imprensa divulgou amplamente, não foi a Fanáticos quem invadiu o espaço destinado a torcida adversária, mesmo porque, os vascaínos estavam no local que deveria estar desocupado, destinado a separar os torcedores, prestes a invadir a área na qual se encontravam torcedores atleticanos com seus familiares, inclusive várias crianças.
Considerando as imagens registradas que estamparam a absurda agressividade dos lutadores vascaínos (inclusive alguns condecorados em torneios internacionais de jiu jitsu), é possível imaginar a extensão da tragédia que teria ocorrido se os mesmos tivessem realmente completado seus intentos de invadir a área da torcida rubro negra!
O artigo 25 do Código Penal define a legítima defesa como o emprego moderado dos meios necessários para repelir a injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou de outrem.
A ação dos torcedores atleticanos não me pareceu outra coisa senão a mais clara materialização do que se encontra descrito no mencionado artigo 25 do Código Penal.
Nesse aspecto, cabe ressaltar com relação a Fanáticos, que, apesar de receber todo o peso da culpa, nenhum integrante seu, até então, fora oficialmente identificado.
Ou seja, o fato tinha acabado de ocorrer, não houve tempo sequer para apurar qualquer informação a respeito dos conflitos e a imprensa já responsabilizava a Fanáticos diante de todo o Brasil pela invasão do espaço que deveria ser desocupado e neutro onde se encontrava a ‘pobre e indefesa’ amável torcida vascaína, totalmente desprovida de más intenções, assim como o senhor Roberto Dinamite quando insistia em cancelar o jogo imediatamente.
Compreendo perfeitamente a revolta de todos os torcedores atleticanos, especialmente aqueles que se associaram e contribuem mensalmente para com o Clube e que provavelmente ficarão impedidos de assistirem aos jogos no estádio durante a punição do Clube que infelizmente se mostra iminente.
A esses torcedores meus sinceros respeitos, admiração e votos para que essa sanção não se torne ainda mais prejudicial ao Clube através de descredenciamentos de sócios, o que não acredito que acontecerá, uma vez que o verdadeiro atleticano jamais abandona a sua paixão, mas luta por ela e junto dela até o fim!
Porém, também entendo que a reação daqueles que participaram dos conflitos se deu para que a invasão não se concretizasse, porquanto, considerando as imagens que mostram os vascaínos chutando e pisoteando cabeças de atleticanos, é perfeitamente possível concluir que a tragédia teria sido significativamente maior e irreparável.
Não se trata de defender possíveis erros cometidos ou justificar a violência, mas não permitir que novamente a imprensa investigue, promova julgamentos e puna conforme seus interesses, até porque, esta no passado não muito recente, jamais se mostrou muito favorável aos valores e interesses atleticanos.
O julgamento para ser justo deve necessariamente respeitar aos Direitos e as Garantias Individuais assegurados na Constituição Federal, da Ampla Defesa e do Contraditório.
Assim, a realização de uma investigação séria e imparcial é essencial para por fim a violência nos estádios que está se tornando praxe no Brasil.
Os piores criminosos, em certos casos, são aqueles que ocupam elevados cargos nas organizações que dirigem, mas que financiam e fazem uso dos braços e da inexistência de cérebro daqueles que são por eles conduzidos e acobertam suas condutas delitivas.
Justiça não se faz pressa, mas com serenidade e punição àqueles que verdadeiramente a merecem!