Jogo inesquecível
O ano era 2004, o jogo: Atlético x Flamengo, lutávamos palmo a palmo com o Santos pelo título, quando aconteceu esta partida que ficaria para sempre na minha memória.
Antes mesmo do jogo começar, sem ingresso e rodeando a baixada pra cima e pra baixo procurando alguma forma de entrar, eis que me aparece um senhor (por volta dos 60) com um menininho (provavelmente seu neto) segurando em suas mãos, ali na entrada da Getúlio.
Vendo meu ‘desespero’ para entrar, me perguntou se eu gostaria de assistir ao jogo. Até achei estranho a pergunta dele mas disse que sim, era o que mais queria naquele momento.
Então me ofereceu, lembro como hoje, seu ingresso por R$ 50,00. Mas no ingresso dele não havia destacado o valor (era diferente dos ingressos normais).
‘Esmola muito grande o pobre desconfia’, então ele disse que me acompanharia e assim o fez, fui junto com ele em uma entrada, no subsolo (na Getulio mesmo) por onde fui conduzido a um elevador e subi até onde haviam me indicado.
Foi quando descobri que assitiria ao jogo naquelas poltronas da Madre Maria onde ficavam também os jogadores impedidos de jogar. Lembro que um dos que estavam ali era o Marcão (lateral e depois zagueiro).
Arena completamente lotada, com aquela energia e tensão dos grandes jogos.
1×0 pra nós, então veio o empate e aquele jogo amarrado até o final com o Atlético pressionando o tempo todo.
Eis que aos 45min do segundo tempo, torcida inteirinha no estádio ainda e o Washington Coração Valente, dentro da área dribla Júlio César (então goleiro do Flamengo) que puxa seu pé e o juizão marca o pênalti.
Sem exagero, eu via criança chorando, os torcedores dando as mãos uns aos outros, gente rezando, vi de tudo nos minutos que se seguiram…
Julio Cesar no centro do gol, Coração Valente com as mãos na cintura olhando pra bola. Estádio em silêncio…
…Explode o Calderão… como eu nunca tinha visto antes e como poucas vezes vi depois. Jogo inesquecível. DIA INESQUECÍVEL!!