2 set 2015 - 11h39

Rodízio or not rodízio?

Todo torcedor quer ver seu time vencendo sempre. Força máxima, intensidade, ritmo e gols: é disso que o povo gosta. Na partida de volta pela Copa Sul-Americana, diante do Joinville, quando o placar agregado apontava 3 a 0 para o Atlético e com a vantagem de ter feito dois gols na casa do adversário, nitidamente o Atlético diminuiu o ritmo, dosando energias, e foi apupado por parte de sua própria torcida por estar "amorcegando" o jogo.

Naquela partida, da equipe considerada titular somente Hernani não esteve em campo. Já no jogo anterior, contra o Internacional, em Porto Alegre, Eduardo, Hernández, Marcos Guilherme e Walter foram poupados e o time fez uma partida muito ruim, sendo derrotado pelo colorado gaúcho. Contra o Santos, dos considerados titulares, Sidcley, Hernani, Walter e Nikão não iniciaram a partida, sendo que somente Walter entrou no decorrer do jogo.

Erros? Acertos?

Até onde o clube deve poupar jogadores? Até que ponto isso é válido?

PROFISSIONAIS APOIAM

"O alto desempenho esportivo atual provém da influência de fatores psicológicos, fisiológicos e biomecânicos. As altas cargas de treinamento e o alto número de competições na temporada, predispõe os atletas à lesões e estados de sobretreinamento, afetando o rendimento. Num campeonato longo, como é o brasileiro de futebol, não só o preparo físico é importante, como também a recuperação." Essa é a opinião do preparador físico Fábio Bandeira, do Curitiba Rugby Clube, atual campeão brasileiro da modalidade. Fábio é ainda Mestre em Engenharia Biomédica, professor universitário e possui 12 anos de experiência em treinamento desportivo.

Para o educador físico e fanático torcedor atleticano Marcos Lima Sebrão, é importante o clube saber dosar e, quando puder, "dar uma segurada", sob o risco de perder atletas em momentos decisivos. Importante é a recuperação e poupar não fará o atleta correr mais, mas pode evitar que se lesione. Para Marcos o lema "esporte é saúde" compõe a prática esportiva em nível recreativo, tendo em vista que o esporte de alto rendimento coloca o corpo à toda prova em busca de resultado constantemente.

Chileno Vilches se machucou diante do JEC [foto: site oficial]

Devido à grande sequencia de jogos que o time está experimentando, especialmente por estar disputando duas competições simultâneas (Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana), existe pouco tempo para a recuperação e regeneração do que foi perdido e por isso a indicação de se poupar, evitando lesões que demorariam para serem curadas, está sendo utilizada.

JÁ A TORCIDA…

Alheia às questões científicas, a torcida pensa diferente e discorda do rodízio. Em recente enquete promovida pela Furacao.com, mais de 70% dos participantes se mostraram contrários à prática ora utilizada pela comissão técnica.

Além disso, no Fórum Furacao.com muitos torcedores disseram entender a necessidade do rodízio, mas discordaram dos critérios adotados na escolha dos jogadores para cada confronto.

O usuário Roan escreveu que em 25 anos que acompanha futebol desconhece quem tenha poupado no meio do campeonato estando somente 3 pontos do G4. Já Lincoln Luiz discordou da escalação de Deivid e Otavio juntos diante de um Joinville reserva, quando o argentino Barrientos, que ainda não jogou bem, poderia ser utilizado para adquirir ritmo de jogo. Para Waguito R. o ideal teria sido poupar diante de um já desinteressado JEC e não contra o Internacional, em Porto Alegre.

Já o usuário Lucas Stroppa concorda com o rodízio, dizendo que o clube não tem elenco para brigar pelo G4 e por ter jogos teoricamente mais fáceis em casa, não corre riscos e deve focar 100% da Sul-Americana.



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