3 abr 2019 - 13h27

Extraordinário

02 de abril de 2019. Uma noite esperada por todos os atleticanos. A Copa Libertadores da América, por si só, proporciona esse tipo de ansiedade. O adversário? Boca Juniors, que ostenta nada mais, nada menos, do que seis títulos da principal competição continental, isso sem falar nos três títulos mundiais e nos trinta e três títulos argentinos.

Não é exagero falar que, naquela noite, o Athletico enfrentaria um dos maiores times do mundo.

Encerrada a partida, os mais de trinta mil atleticanos presentes na Arena da Baixada, inegavelmente, estavam em êxtase. 3×0, fora o belíssimo futebol apresentado contra uma equipe que também não deixou de jogar. Não é todo o dia que se tem uma vitória assim.

Seria esse um dos maiores triunfos da história do Athletico? Não valendo título ou uma conquista direta, a resposta parece ser não. Isso não diminui, porém, a grandeza da conquista.

Tiago Nunes, treinador e diretamente responsável pela vitória (e isso ninguém nega), chamou o resultado de “algo extraordinário”; por que não adotar tal definição?

Escreveu Sérgio Rodrigues, no romance “O Drible”, que “são praticamente indissolúveis os laços forjados na infância em torno de cores de uma camisa, do culto a ídolos vivos ou mortos”.

Os jovens atleticanos, em especial aqueles que não viram craques do passado, belos times como os de 2004 e de 2005, ou mesmo que não presenciaram a conquista do maior título do clube, em 2001, certamente acordaram em 03 de abril de 2019 com um (ou mais um) laço forjado com o Athletico e, por que não, com aqueles que em campo pelejaram contra os xeneizes.

Também aos torcedores mais experientes não se pode negar a forja de um novo laço, mesmo sem o encanto que somente a infância proporciona.

Assim, independente da idade, o torcedor atleticano acordou diferente. Seu sentimento com o clube, inegavelmente, é outro. A paixão, algo inexplicável em si, recebe, em momentos como o de 02 de abril de 2019, um algo a mais. Algo extraordinário.



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