Quando saí do estádio no domingo, após o jogo contra o Criciúma, um misto de alegria, satisfação e alívio tomavam conta de meus pensamentos. Mas ao mesmo tempo, uma situação que vem me deixando cada vez mais constrangido. A reação da torcida, com vaias e xingamentos ao time e aos atletas. E não é de agora, já faz um bocado de tempo que venho percebendo isso. Até já deixei de ir algumas vezes ao jogo, porque uma vez quase me vi envolvido em um confronto com um cara porque, por mais que o time não vá e os jogadores não vão, eu me considero um deles. No lado de fora, é claro, mas cada vez que alguém vaia o time ou chinga um atleta, EU ME SINTO CHINGADO, EU ME SINTO CADA UM DELES.

Então, saí do estádio decidido a, no dia seguinte, enviar um email ao furacão.com que acompanho diariamente. O problema é que, acho que por ser um pouco tímido, a vontade arrefeceu, precisei viajar e acabei não enviando o meu protesto A ESSES TORCEDORES.

Mas qual não foi a minha satisfação hoje, quando li o texto da Regina Trentin – Devemos ser inteligentes, onde ela escreveu o meu texto, claro que muito melhor do que eu mesmo.

Eu só acho que poderíamos ser um pouco mais diretos. ACHO QUE VAIAR E CHINGAR É COISA DE COXA.Esse pessoal do lado de lá é que vaia, sempre que não pode torcer.

Eu me criei assistindo vitórias do coritiba durante toda a década de 70. E nessa época a torcida ATLETICANA enchia o estádio, torcia, saía rouca, e sempre chegando atrás dos caras. A festa era linda, independente do resultado, da situação no campeonato. Aquelas guerras de “pó de arroz”que fazíamos; aquele mar de bandeiras que levávamos ao estádio dos caras; a forma como nos amontoávamos nos andares da curva da entrada, enquanto os caras assistiam o jogo contra o sol. E a gente lá, gritando e festando.

Lembro do primeiro Atletiba que fui, em 72. Quando terminou o primeiro tempo, os caras ganhando, e a TORCIDA DO ATLÉTICO gritando no intervalo “GELADEIRA, GELADEIRA” para os caras. No segundo tempo, o time virou o jogo.

Acho que isso é que é o ATLÉTICO. TIME + TORCIDA, como se fossem um só.

Vamos repensar o nosso comportamento no estádio. Nós devemos ir lá para TORCER A FAVOR, NÃO PARA TORCER CONTRA.