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2 ago 2003 - 9h42

Eu chorei

Não. Mão pensem que chorei pela derrota contra o Santos, isto é uma naturalidade dentro do futebol nacional. Chorei ao ver nosso Furacão descaracterizado em campo. Chorei ao lembrar que há um ano atrás tínhamos um time superior a este Santos. Chorei ao ver uma torcida calada e triste no transcorrer do jogo. Chorei porque não temos mais uma identidade nacional que nos levou a lista dos Top 10 do mundo.

Gostaria de saber o que nosso presidente está sentindo, creio que como torcedor deve sentir o que todos nós sentimos, tristeza, desilusão e desconfiança. Como dirigente, deve estar tendo sentimentos de culpa, pois ao reassumir o clube em 2002 achou que seria um processo natural “ele” recriar o time fazendo-o a sua maneira, assumindo, talvez a glória de um bicampeonato nacional, onde diria a todos, “eu montei este time”. Mas sua idealização não vingou. O que ele fez pelo clube de 1995 para cá é inegável, qualquer admirador de futebol, independente de gostar do Atlético, respeita-o, seja a nível estadual, como a nível nacional. Mario Celso Petraglia hoje é um referencial do Clube Atlético Paranaense. Não há lugar neste Brasil onde se fale neste nome e logo é lembrado o nosso Furacão, é lembrado nosso título de 2001, é lembrado nosso estádio. nosso CT.

Nosso time subiu de estágio. É isto mesmo, existe no futebol. Não é um estágio proposto pela imprensa nacional, tipo ranking, ou outro qualquer, este estágio reflete o grau de responsabilidade e equilibrio que demosnstramos dentro do campo de jogo. Não significa que teremos que ganhar todas as paritdas, todos os títulos, ou termos que jogar numa segunda divisão. Vejam o exemplo do Santos. Até metade do campeonato do ano passado era considerado um time medíocre, sempre disputando as posições intermediárias de campeonatos, sem título a mais de 10 anos. Quando foi campeão ano passado foi campeão, voltou a ser respeitado como grande clube nacional, seu título não foi ao acaso.

O que quero dizer com isso. No grau que se encontra o Clube Atlético Paranaense, temos que pensar grande, isto custa caro ? Tudo bem, vamos rever os cálculos, mas temos que pensar grande. Vadão já serviu para nós, foi um técnico campeão na época certa, hoje ele não serve mais. Atletas que foram fundamentais na conquista de 2001 hoje não passam de medíocres no plantel, se não eram ruins antes, por que são agora ? . Alguns atletas não deveriam estar jogando no Atlético, podem até pertencer ao clube, mas deveriam estar emprestados a outros clubes de menor expressão. Não podemos mais ser um clube transitório à craques, chega de empresários que vivem em nosso meio, ganham muito dinheiro com a marca Clube Atlético Paranaense. Temos que ser independentes.

Não pretendo mais chorar, tenho esperança disto. Sou atleticano, a comissão técnica e os jogadores estão atleticanos, torço para que este ano acabe e possamos passar por ele ileso. Que em 2004 possamos corresponder ao grau de qualidade que nós determinados com o título brasileiro. Que nossos dirigentes, sejam quem, for, pensem desta forma, um grande time tem que ter um plantél de qualidade, um técnico de qualidade. Não podemos mais ser um time só como formador de futuros craques.



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