O ingresso está caro? Está caro. Ou melhor, está muito caro. Essa obviedade foi constatada por toda a imprensa paranaense, diferenciando-se apenas pela forma pela qual foi feita. Airton Cordeiro, comentarista esportiva da Rádio Transamérica, afirmou que a diretoria do Atlético está “assaltando seu torcedor”. Não bastasse a palavra assalto ter sido colocada de forma, no mínimo, inapropriada, teve o agravante de ter sido proferida na presença do presidente do Clube Atlético Paranaense, Sr Fleury, e ainda aos microfones de uma emissora de rádio.

O tal termo “assalto” foi usado em um programa ao vivo, portanto propício a excessos e equívocos. Mas Airton foi infeliz e, pior, continua sendo infeliz, pois ratifica o termo usado reutilizando-o diariamente, não tendo o discernimento necessário para perceber, mesmo após quase uma semana, que errou, ofendeu, denegriu. Airton, em companhia de vários outros segmentos da imprensa, está sendo intitulado como paladino da moralidade, o defensor do preço baixo, o “amigo” do torcedor atleticano. Ora, Airton, primeiramente saiba que a mim o senhor não representa e, segundo, constatar que o valor do ingresso está bastante dispendioso, convenhamos, não necessita grande meditação. A diferença de seu comentário para o de outros, todos os outros, é que estes foram feitos de forma respeitosa, sendo democraticamente admitidos pela diretoria do Clube, que autorizou pedido de entrada no estádio. Autorizou, sim, pois só pede autorização quem não paga. Por outro lado, Airton Cordeiro, em vez de sugerir ingresso pai e filho, maior parcelamento nos pagamentos do pacote, ingresso mais barato atrás dos gols, não, preferiu a audiência fácil e fútil, sendo grosseiro naquele instante e, longe de qualquer serenidade, não consegue enxergar seu equívoco, talvez em razão do desagravo de associações, afago de amigos e complacência da rádio Transamérica, mas certamente com grande contribuição da palavra prepotência, a qual remete a outra palavra, hombridade, para bem longe.