“Rubro-negro é quem tem raça, e não teme a própria morte”. Até hoje, não encontrei uma frase que melhor expressasse o sentimento do torcedor atleticano. Quem já esteve na Arena da Baixada e pode presenciar a família rubor-negra cantando estes versos a uma só voz sabe do que eu estou falando. Não somos apenas uma torcida apaixonada que jamais abandona seu time e suas cores, somos sim uma grande e verdadeira família que tem no Joaquim Américo seu endereço fixo.

Como toda boa família, acompanhamos a construção de nossa casa. Cada um de nós, de uma forma ou de outra contribuiu e participou desta empreitada ao longo dos últimos 80 anos. Lá depositamos nossos sonhos e anseios. Vibramos, torcemos, choramos, passamos por diversos momentos de alegria e também de tristeza, porém, nunca nos afastamos. A cada novo dia, a cada jogo, podíamos ver a família reunida e nossa casa cheia. Não entendo o que está acontecendo. O que querem fazer? Parece-me que estão nos tirando o direito de entrar em nossa própria casa.

De que vai adiantar ter um time competitivo, um dos estádios mais completos e modernos do mundo, um Centro de Treinamento modelo, uma estrutura de dar inveja a muito time estrangeiro se o maior patrimônio está sendo deixado de lado, o torcedor atleticano. Nunca vi clube algum, seja no Brasil ou no exterior, poder se dar ao luxo de escolher seus torcedores pela faixa sócio-econômica em que eles se encontram. Isso é no mínimo ridículo.

É triste saber que meia dúzia de pessoas mal intencionadas, ou quem sabe mal informadas, sintam-se no direito de fazer o que estão fazendo. Deveriam estar defendendo os interesses do clube, porém, ao que me parece, estão defendendo apenas os seus próprios interesses. Não vou nem comentar certas declarações infundadas e irresponsáveis, feitas por pessoas que não devem saber bem ao certo qual é sua verdadeira missão na Terra. Prefiro acreditar que estavam em um dia bastante infeliz, no lugar errado, na hora errada e falando a coisa errada. Alguém deve estar achando que torcedor é uma espécie de palhaço. É nosso dever alertá-los que lugar de palhaço é no circo.

O Clube Atlético Paranaense é o resultado da união de parte de cada um de nós. Se hoje é grande e pode lançar-se a vôos cada vez mais altos, é devido a sua torcida e não simplesmente a um planejamento estratégico comercial e de marketing. Nada do que foi planejado daria certo se nós torcedores não tivéssemos vestido a camisa e apoiado as decisões de nossos dirigentes.

O Atlético é isso. É povão, é amor e doação. No dia do seu 80º aniversário o CAP merece nossa homenagem. Vamos vestir a camisa e ir para a rua mostrar todo o amor e o respeito que temos por nossas cores e nossa história. Mostrar que sem sua torcida o clube não é nada.

Somos a maioria e acima de tudo jamais deveremos nos esquecer “Rubro-negro é quem tem raça, e não teme a própria morte”.