E eu tentando entender
Não vamos falar de futebol. Falemos de vandalismo, cadeiras e preços de cadeiras. Não quero explicar nada, só quero entender.
Recentemente a Arena da Baixada, reduto do Atlético Paranaense, cumpriu a obrigação do Estatuto do Torcedor ao preencher o estádio com cadeiras. Passou esta responsabilidade ao torcedor, aumentando 100% o preço do ingresso. O torcedor ficou revoltado (ou já era revoltado) e quebrou cadeiras, dizimando um pouco o motivo da justificativa do exorbitante valor, embora tal contravenção não se justificasse, com o perdão do trocadilho. Até aí tudo bem (ou tudo mal, depende do ponto de vista).
Ocorre que foram quebradas quase quatrocentas cadeiras e o clube apresentou um prejuízo de quase cinqüenta mil reais em cadeiras. Aí eu não entendi mais nada.
Ora, não sou bom em matemática, mas sei que uma cadeira de plástico não custa mais que R$10,00 na praça. Alguém me disse que chega a custar quinze, mas foi em uma fábrica mais careira. Mas, juntando o valor do material com o resultado, chega-se à conclusão que cada cadeira teria custado aproximadamente R$120,00!
Essas cadeiras são reclináveis, com apoio para os pés, porta-copos, tela de cristal líquido embutida em uma das laterais e botão para acionar o pipoqueiro? Eu não as vi ainda, mas a possível falta de um destes elementos descaracterizaria um preço neste patamar. Se nada falta, peço perdão à diretoria por desconhecer todo o conforto da Baixada.
Para quem não sabia, está mais do que explicada a alta do ingresso, afinal alguém tem que pagar estas relíquias e o grande beneficiado é o torcedor, que passa a ter todo o conforto ao sentar em uma cadeira que vale uma passagem de ida e volta para São Paulo de avião. Se custassem o preço da praça, um jogo a R$15,00 pagaria todo o investimento feito, mas como são assentos especiais, há que se pagar muito, muito.