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13 jul 2004 - 10h37

Caldeirão ou Arena?

Um dos destaques de hoje (terça-feira) na primeira página do jornal Gazeta do Povo diz : “Contra o Goiás, Atlético busca o fator Caldeirão”. A matéria, no caderno de esportes, faz uma ligeira análise do desempenho atual do Atlético jogando dentro da baixada e o desempenho conseguido em outros anos, como 2001 e 2002. Destaca que, em 2001, foram 15 jogos, sendo treze vitórias, dois empates e somente uma derrota, ou seja, 85% de aproveitamento dos pontos disputados em casa.

Ainda como destaque, em 2003 foram 22 jogos, com aproveitamento de 69%. E, no meu ponto de vista, o time do ano passado era muito pior do que o de hoje.

Voltando ao presente mas ainda no mesmo tema e na mesma reportagem, a campanha atual do Furacão em sete jogos foi de três vitórias, dois empates e duas derrotas. Aproveitamento de 52% até o momento.

A reportagem ainda cita que a média de público da baixada tem sido uma das melhores da temporada. É fato, quem está indo aos jogos pode confirmar: a torcida está presente. Mas não temos mais o mesmo vigor, o mesmo calor…isso ficou claro para mim no jogo de sábado passado, contra o Palmeiras. Quase 18 mil pessoas mas, em muitos momentos do jogo, silêncio nas arquibancadas. E pior, nesses momentos escutávamos o batuque da torcida adversária, que, devido a “uma falha na segurança”, teve acesso permitido às arquibancadas de “instrumentos de percussão”. Falha essa já sanada, segundo nossa querida diretoria. Um indicativo da nova ordem: os visitantes têm mais direito do que a torcida da casa. Talvez tenham até mais importância, então.

Na posição em que fiquei nas arquibancadas, era virtualmente impossível alguém sair ou retornar ao seu lugar após o início da partida. No intervalo, então, nem se fala, tal a quantidade de pessoas aglomeradas nos acessos aos setores. E os seguranças sumiram, e tudo foi permitido. Exatamente como disse o colega Jackson Sardá, em texto do dia 12/07. Ao meu lado estavam pessoas cujo ingresso referia-se ao anel superior. Como o próprio rapaz comentou comigo: “ninguém mais dá bola para o tal do assento marcado”. Confusão e, pior de tudo, brigas. No que se transformou o Caldeirão…?

Em campo, um time doente. Sofre de falta de coragem associada a complicações da vontade. Essa doença acarreta perda da criatividade e cansaço inexplicável. A torcida ainda tentou, através de algum passe de mágica, dar nova vida ao time, mas nada foi capaz de tirar o time da apatia apresentada. Nem os gritos de “raça, raça…” conseguiram abrandar o estado moribundo de alguns jogadores. Essa doença é assim trágica: afeta principalmente jovens. Jogadores reclamam, ou antes, usam como justificativa, o clichê dos conformados: “hoje não tem mais time bobo. Todos que jogam com o Atlético sabem de nosso potencial e não facilitam nada”. Quer moleza, meu amigo? Se os outros jogam duro, com raça e vontade, o que os está impedindo de atuar da mesma maneira?

Essa é a realidade da nova e remodelada Arena da Baixada. Nada tem a ver com o antigo Caldeirão. O espírito perdeu a força e comparações com o passado somente trarão tristeza e melancolia.

Ano passado não tínhamos um time competitivo, mas lembro, em alguns jogos, de ter saído rouco de tanto gritar. Gritar os velhos hinos de guerra do grande Furacão. Gritar de alegria, com a vontade de alguns jogadores. E isso no ano passado. No início desse ano, a expectativa era muito boa e os resultados iniciais agitaram ainda mais a ansiedade por um bom ano.

Mas, infelizmente, não foi confirmada a expectativa. Chegamos ao meio do ano e o time não evoluiu. Oscila e, ainda por cima, parece que perdemos Adriano. Com o meio de campo de jeito que está, a saída de Adriano pode piorar a doença, em vez de ajudar a curá-la.

Conseguiram transformar o Caldeirão na Arena da Baixada. O estádio mais moderno do Brasil, com todos os assentos numerados e todo o estádio setorizado, enfim, uma maravilha. Com ele veio também o novo time do Atlético, sombra gelada e sem alma do velho espírito do Furacão.

Hoje estaremos novamente tentando ajudar nosso time de coração a vencer mais um jogo. Gostaria que somente o tempo estivesse frio. Gostaria que, nas arquibancadas e no campo, o calor forte e vencedor do velho Caldeirão estivesse presente.

Mais que a temperatura ambiente, o que incomoda de verdade é o frio que tem feito na alma do estádio Joaquim Américo.



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