Medo de ser feliz
Não queria escrever aqui em nosso espaço “Fala”, carregado de sentimentos ruins, frustração, e principalmente carregado de raiva pelo acontecido. O pior já passou. A partida contra o Grêmio já é passado. Quanto mais rápido eu esquecê-la, melhor para a minha saúde será.
Não quero perambular pelo óbvio e tampouco ser injusto com ninguém, mas o grande adversário do nosso time contra o Grêmio, foi o próprio treinador Levir. Ressalte-se aqui, que ele tem feito um bom trabalho. Atrapalha-o porém, a síndrome do “nadar e morrer na praia”. O grande Tostão já o qualificou como um treinador que não sabe lidar com o sucesso. Não gostaria de entrar no mérito de dizer se o “Tusta” tem razão ou não em sua afirmação. Eu diria que Levir tem medo de ser feliz, vive esperando o pior sempre.
Não gosto do Luxemburgo. Acho-o um treinador arrogante e muito prepotente. Quem soube lidar com ele foi o Romário, que era mais arrogante ainda. Só que o Luxemburgo não tem medo de ser feliz. É um treinador que lê muito bem o jogo e quando faz isso, arrisca, joga para a frente, gosta de matar o jogo, sufocar o adversário, cortar a jugular, estrangular a presa, enfim, é um verdadeiro matador. Poderão dizer, que ele tem um elenco qualificado, com Robinho, Elano e tantas outras feras, que aliás, não jogaram contra o Paissandu.
E nós também não temos outras feras? Por que o Morais não entrou, preferindo “segurar” com o limitadíssimo William? Deixar o Jadson sem um igual ao seu lado, naquele baita campo, com toda a liberdade, é realmente ter medo de ser feliz.
“Tem outras coisas”, como diz aquele samba do Ataulfo, por que o Diego não gosta de arriscar em cruzamentos na pequena área? Nessa região é proibido saltar junto com o atacante? E o Rogério Correa, estava com saudades da forma como atuava no início do campeonato? Quantas vezes o Ivan “atrapalhou-se” com a bola, matando contra-ataques que seriam perigosos? Não há em nosso time, um líder, alguém que naquela hora do segundo gol gremista, colocasse a bola nas mãos, prendesse-a entre o braço e o corpo, e lentamente caminhasse até o centro do gramado, falando para os meninos, olha, não precisamos de mais gols, temos apenas dois minutos de jogo, agora não há mais tempo para atacar, tudo que precisamos é “costurar a bola”. Há alguém assim em nosso time? Se não houver, busquem-no, porque se quisermos disputar o título da Libertadores, ele deverá estar em nosso time.
Finalizando, Levir é um treinador ruim? Em absoluto, ele é muito bom, mas “tem medo de ser feliz”. Tomara que ele seja feliz. Tomara que ele seja campeão. Ele e nós merecemos isso.