O lado positivo
É difícil admitir, mas a verdade é que o Atlético não sabe decidir jogo dentro da Arena. Quando vi o resultado do jogo entre América de Cali e Independente, no qual o segundo saiu vitorioso, confesso que fiquei apreensivo. Apesar de o Rubro-negro precisar apenas de um empate, estava preocupado. Logo me vieram à cabeça jogos como aqueles dois contra o Atlético Mineiro (um deles nas quartas de final do Campeonato Brasileiro, em 1996, ainda na antiga Baixada; e o outro pela Copa Libertadores de 2000).
Se o atleticano puxar alguns pela memória, lembrará daqueles da Seletiva para a Taça Libertadores da América, na qual o Atlético jogou as primeiras partidas daquele mata-mata em casa. Na própria final do Brasileirão de 2001, decidimos o campeonato no estádio do São Caetano.
Não concordo com aqueles que dizem ser melhor decidir um mata-mata em casa. Pois, no primeiro jogo, a tensão é menor, e não há ainda a preocupação de manter ou correr atrás de um resultado.
Por isso, não foi de tão mal terminarmos em segundo no grupo 1. Mas o vexame de perder de quatro na Arena para os colombianos, não pode ser esquecido.
Tática
No jogo contra o Cerro na quinta-feira, acredito que o Borba Filho deveria jogar no 4-4-2, com o meio de campo formado por Alan Bahia, Ticão, Rodrigo e Fabrício (ou Evandro). No ataque, o ideal seria Lima e Maciel, pois os zagueiros do Cerro são bons, porém um pouco lentos.
Diferentemente do ano passado, não temos material humano para jogar no 3-5-2. Principalmente no que diz respeito ao setor defensivo. Temos apenas dois bons zagueiros (Marcão e Baloy).
Petraglia
É impossível ignorar o que Mário Celso Petraglia fez para o Atlético. Somente quem viu o rubro-negro antes de 1995 tem consciência do que o clube era e o que é hoje. Quem se lembra da época em que o time ficou um bom tempo sem ganhar um clássico sequer? Petraglia tem razão ao dizer que a imprensa paranaense atrapalha e interfere no dia-a-dia atleticano.
Assistindo ao jogo contra o Libertad, no qual o Atlético venceu por 2 a 1, comentei com um amigo (também atleticano), que o time estava bem, jogando com inteligência e rapidez. Concordou. Disse a ele que no outro dia, a mídia paranaense começaria a reportagem sobre o jogo com frases que já eram de praxe: Mesmo não apresentando um bom futebol, o Atlético…Ou ainda: Num jogo tecnicamente fraco, o Atlético…
Dito e feito.
É óbvio que algo está errado. Há tempos a imprensa esportiva local não elogia absolutamente nada no Atlético. Contudo, é indubitável que erros existiram no planejamento de 2005. Não aceito o argumento de que a negociação de jogadores como Jádson e Ivan foi para equilibrar o caixa. Ora, se o time não estivesse feito uma boa campanha no Campeonato Brasileiro de 2004, como os dirigentes iriam proceder? Com certeza, os nossos jogadores não ganhariam destaque na mídia e a Arena não estaria lotada, como em muitos jogos. Então de que lugar sairia o dinheiro?
Apesar dos equívocos, penso que o crédito de Petraglia ainda está longe de acabar. Parte da torcida teima em insultá-lo jogo a jogo. É a prova de que o brasileiro realmente tem memória curta. Mas seria interessante que ele se desligasse do Atlético por um tempo. Seria bom para ele e para o clube.