Libertadores e Segundona?
Novamente escrevo para a Furacao.com, nesta democrática coluna de troca de alegrias e desabafos da Torcida Atleticana. Escrevo como colaborador. Não ganho nada para isso. Aliás, tenho, sim, que agradecer pelo espaço que a Página destina ao Torcedor, pois não é obrigada a fazer isso. A página oficial do CAP, por exemplo, não faz.
Pois bem, novamente escrevo um pequeno texto de críticas. Não ao CAP, pois a imagem do Clube, construída em quase mais de oitenta anos de história, não merece ser maculada por qualquer crítica. Está verdadeiramente acima disso. Faço crítica ao atual momento da equipe que representa, hoje, o Clube Atlético Paranaense.
Já fiz, mas não vou, aqui, criticar os jogadores. Não me parece que está a faltar raça aos atletas que representam o CAP em campo. Qualidade ténica e preparo físico faltam. Mas raça e vontade, não.
Ocorre que, muitas vezes, raça e vontade não ganham jogos. O jogador ruim pode matar-se em campo. Correr o tempo todo, lutar e sangrar. Mas se não possui qualidade técnica para tocar corretamente a bola, saber onde posicionar-se para recebê-la e para marcar o adversário, de nada adianta a raça. Servirá apenas para deixar o jogador esgotado.
Os atletas que representam o CAP, hoje, são tecnicamente fracos. Impossível que se discorde, pois os resultados dos últimos nove jogos assim o demonstram.
Deve-se, portanto, encarar a realidade de frente. Passou-se para as oitavas de final da libertadores por um golpe de sorte. E passou-se para as quartas de final por outro golpe de sorte. Afora os pênaltis bem batidos, não há mérito na classificação do CAP frente ao time paraguaio. Qualquer um que viu o jogo sabe disso. Dificilmente o CAP passará pelo Santos. Ainda mais se jogarem Robinho e Ricardinho. A Libertadores, portanto, está por um fio.
E o Brasileirão? Anunciou-se interesse em Adriano e Kelly. Ambos já disputaram seis jogos pelo Cruzeiro. Anunciou-se interesse no zagueiro Adriano, do CAM. Até agora não se sabe se vem, ou não. Fato é que a maioria das equipes já se prepara para perder alguns jogadores para a Europa e/ou Ásia. E o CAP sequer possui elenco para disputar o campeonato. Pior, enquanto não vem a provável eliminação na Libertadores, é impossível realizar dispensas, uma vez que não há como inscrever outros jogadores na competição.
Fico, portanto, num dilema insolúvel: torço para o CAP ser desclassificado da Libertadores, para que haja tempo de contratar e fugir da segunda divisão? Ou torço pelo CAP na Libertadores, esperando um milagre no Campeonato Brasileiro?
Qualquer dos remédios apresenta efeitos colaterais graves.
Como todo Atleticano, desejo o título da Libertadores e vitórias no Brasileirão. Mas como todo Atleticano, começo a perceber que é praticamente impossível obter ambos. Daí minha aflição.
Sei que Libertadores tem todo ano, basta obter classificação. Mas também sei que Segundona tem todo ano, e que em 2005, caem quatro.