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2 jun 2005 - 12h50

Meu Deus

Não sei se os amigos atleticanos que costumam escrever para a Furacao.com têm a mesma dificuldade que eu tenho quando escrevo um texto: como definir o título do mesmo. Dos tantos textos que já escrevi, foi este cujo título foi mais fácil de definir. Já sabia qual seria no momento que Aloísio deu aquele chute na trave, logo no primeiro minuto do jogo. Ali tive certeza que estaria presenciando um marco na história do Atlético.

Depois de algum tempo sem ir ao estádio, achei que Atlético x Santos era a hora da reconciliação. Afinal, a amada bateria já estava de volta em nossa casa. O momento era de reencontro. Mas eu não tinha ilusões: o time do Atlético é muito limitado e o Santos tem o tal de Robinho, que muitos afirmam ser o novo Pelé. Mas eu queria rever minha casa. Meu velho lugarzinho! Cantar com a torcida e, quem sabe, ver o meu time, ultimamente tão humilhado, realizar uma partida em grande estilo.

Nunca fiquei tão grato por ter decidido ir a um jogo de futebol (graças a minha prima, que foi comprar os ingressos, na chuva). O que vi renovou minha definição do que é ser atleticano. Nos meus 37 anos de vida, acho que nunca vi uma partida tão emocionante quanto a jogada ontem. Meu Deus, que jogão!

Em 1983, tínhamos um belo time. Idem em 1995/96. O time campeão de 2001, na minha opinião, não perdia de ninguém naquela final. Mas esses jogos de 01/06/2005, todos sabiam das limitações e também sabíamos do poderio do Santos. Mas a raça com que todos os jogadores jogaram ficará para a história. Imagino que todos os espíritos atleticanos estavam presentes na baixada nessa noite, pois foi uma apresentação de gala. Transcendendo a limitação técnica e física, nossos jogadores foram gladiadores nessa noite. Tanto que no final do jogo a exaustão era clara em alguns. Exaustão completa! Se eu fiquei exausto e todo suado ao final do jogo, imagino aqueles que estava lá no gramado, defendendo a camisa rubro-negra.

Camisa essa que foi vestida, além de amor, com muita raça, suor e (por que não) algumas lágrimas.

Ainda estou emocionadíssimo. Lágrimas chegam a surgir nos meus olhos quando lembro da torcida gritando, no momento do terceiro gol, o gol do Lima, aquele Lima que eu mesmo execrei quando chegou ao rubro-negro. Aquele mesmo Lima que, um dia, quiseram os deuses do futebol que jogasse nos verdinhos, mas que viesse a mostrar a verdadeira raça aqui, na nossa casa, vestindo a camisa vermelha e preta.

Aloísio foi um lutador; Evandro parece que pode nos fazer esquecer Jádson; Lima, desse eu nem sei o que dizer: atacou, defendeu, armou, lutou, correu, chutou e marcou o terceiro gol, enfim, um herói atleticano; Diego liderou; Alan Bahia lutou e marcou; Cocito marcou e lutou, e por aí vai.

Nessa noite minha fé renasceu, porque pedi aos céus por aqueles que lutam, os humildes e batalhadores. Que vencessem! E venceram.

Depois dessa noite, as dificuldades futuras não parecem mais tão assustadoras. Basta lembrar o que foi realizado ontem.



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