Com certeza absoluta, o atleticano tem orgulho do time que torce, das cores que veste, da torcida da qual faz parte. Sempre, idependentemente de fase, de títulos, de qualquer coisa. Mas, com toda certeza, há ocasiões em que esse orgulho transborda além de onde a alma pode alcançar. E o momento em que vivemos hoje é um destes.

Todos nós sabemos que o time é bem limitado. Todos nós sabemos que houveram erros nas contratações, no planejamento, enfim, estes assuntos já foram mais do que debatidos em todos os canais de discussão. Mas também é verdade que todos nós sabemos a força que a nossa torcida, a força que a nossa camisa carrega.

Tivemos o jogo mais importante da história do Atlético na quarta-feira. Na maior crise dos últimos anos, contra o melhor time dos últimos anos, com o melhor jogador que surgiu no país nos últimos anos. E vencemos. Contra tudo e contra todos. Contra um árbitro tendencioso. Contra uma imprensa que clama pelo Santos nas semi-finais.

O que eu vi na quarta-feira foi emocionante. Uma torcida que gritou e vibrou sempre, o jogo inteiro. Um time que jogou com muito mais do que raça, jogou com a alma, deu o sangue em campo. Depois da vitória, enquanto comemorava muito, vi uma das cenas mais emblemáticas dos últimos anos. Vi o time sair de campo se arrastando. Nossos jogadores caminhavam devagar, completamente extenuados. Mas com certeza, no íntimo, tinham uma euforia tão intensa como a nossa. Eles ganharam.

O Atlético não ganhou somente o jogo mais importante da sua história na quarta passada. O Atlético resgatou o que existe de mais sagrado pro seu torcedor. Resgatou a sua maior característica, que é o amor pelo clube. O amor que faz com que todos, jogadores, diretoria e torcedores, superem todas as dificuldades imagináveis.

Não sei o que vai acontecer no jogo de volta. Nem quero pensar nisso por enquanto. Só sei que é possível classificar, é possível ir mais longe, é possível ganhar o título, mesmo com o nosso time limitado. Porque é o Atlético quem está em campo.

E quando o Atlético joga, todos nós fazemos a diferença.