Bonito
E não é que passamos? Contra tudo e contra todos, contando com o descrédito quase geral da mídia, salvo honrosas exceções, o Clube Atlético Paranaense eliminou o poderoso Santos, atual campeão brasileiro, em pleno alçapão da Vila Belmiro. E fez isso com uma incontestável vitória por 2 X 0, jogando muito mais bola que os donos da casa.
Realmente, não era o resultado esperado. O time do Santos, mesmo com os desfalques, é um dos melhores plantéis da atualidade, aliando destaques individuais com um conjunto afinado. Porém o Atlético teve garra, uma excelente aplicação tática (a marcação por área foi seguida à risca, mesmo nos momentos de maior sufoco) e, principalmente, espírito de vitória. O time não se abalou nem mesmo com aquele primeiro ataque, talvez o momento mais perigoso da partida, a melhor oportunidade dos adversários. Fez seu gol, em chute que mesclou habilidade e sorte por parte do Aluísio, dominou a partida pelos cinco ou dez minutos seguintes e depois defendeu-se como pôde. Foi um primeiro tempo de fazer sangrar úlcera cicatrizada, um jogo proscrito para safenados rubro-negros.
Na etapa final, mais bem colocado em campo, teve o grande trunfo de uma defesa lapeana, fazendo das metas do Diego um objetivo quase inalcançável. E, como quem não faz toma…
Bonito foi ver a torcida cantando na Vila Belmiro. Bonito foi ver o desespero das jogadores do Santos, tão arrogantes nos últimos dias. Bonito foi imaginar a decepção da torcida verde, que já andava pensando que Pelé jogou no Alto da Glória, pois vinha torcendo para o Peixe há um ano e meio. Bonito, mas bonito mesmo, vai ser quarta, na Arena.