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7 jul 2005 - 22h18

Direção x coração

Todos sabemos que um profissional não pode e não deve exercer seu ofício de forma passional. E isso vale para qualquer ramo de atividade e para qualquer campo do conhecimento humano. Engenheiro algum edifica uma ponte nos moldes daquela edificada pelos ingleses no filme “A Ponte sobre o Rio Kwait”. Aqueles amadores realizaram uma obra de arte, é fato, mas em momento algum foram profissionais. Receberam a ordem de a destruírem para prejudicar o inimigo japonês, que por ali passaria um trem com armas e munições destinadas à frente de batalha em território chinês, e vacilaram porque amavam aquela ponte. Advogado algum deve envolver-se emocionalmente com a causa e com o cliente. Pode abraçar uma causa por convicções de justiça e eqüidade, sem jamais permitir que o coração – ou as emoções – passe adiante da razão. Que seria do médico caso estabelecesse vínculo emocional com pacientes terminais? O exercício da mais sublime das profissões seria um tormento.

Esclarecidos esses pontos, registremos, amigos atleticanos, que o senhor Giovani Gionédis não é, em verdade, um burro. Ele é um dirigente medíocre, porque passional e dominado pelas emoções. O que o torcedor do coritiba (assim mesmo, em minúsculo) está sentindo é uma tremenda de uma inveja do rubro-negro. Mesmo que o título continental não venha, somos finalistas de uma Libertadores, e isso eles jamais serão caso a sua administração prossiga do jeito que está.

Um dirigente não pode ter a paixão de um torcedor. Há tempos atrás, brigávamos todos com o Dr. Mário Celso Petráglia e pedíamos time. Hoje, meses após aquela fase negra, estamos decidindo um título que pode nos levar a Tóquio e à consagração mundial. Fosse o Petráglia um passional e certamente teria cedido às pressões e deixado o clube, para dedicar-se a suas empresas e a sua vida pessoal, coisas que ele sacrifica em prol do rubro-negro Atlético dos Paranaenses e em breve do Mundo.

Gionédis, por seu turno, é um homem comum, um torcedor de esquina, que estaria ocupando um cargo a sua altura caso fosse chefe da torcida organizada. Um dirigente deve ser, antes de tudo, equilibrado. Não quis ceder o Couto Pereira ao Atlético com medo de o coritiba sofrer prejuízos em seu patrimônio. Pois eu indago: o que há para ser destruído naquele estádio arcaico, feioso e de resistência estrutural questionável? É o famoso treme-treme. O que a torcida rubro-negra, apenas interessada no Atlético, poderia realizar contra uma coisa daquelas? Absolutamente nada.

É lamentável observar que um presidente de uma agremiação de futebol – ou pelo menos que se considera assim – age de forma infantil e com a paixão de um torcedor de galera uniformizada. Portanto, o senhor Gionédis não é um burro, como disse um dirigente do Atlético. O que ocorre com ele é que está dominado pelas emoções. Está morrendo de inveja do Atlético, não está aceitando o fato de que poderemos, na próxima semana, erguer a taça Libertadores da América. Está se mordendo de despeito, está se acabando de ciúmes e sofrendo muito com tudo o que realizamos. Agora deseja uma vistoria na arquibancada metálica construída Baixada, sob pena de pedir a interdição daquela parte do estádio. Outra vez surge a emoção, desta feita a mesma que tomou conta do São Paulo: o medo de enfrentar a Arena da Baixada.

O que dizer diante de um quadro dessa gravidade? Apenas desejar ao passional e infeliz dirigente que consiga retomar o equilíbrio emocional e a postura profissional que sempre o caracterizou. Quem sabe assim, um dia, o time verde possa novamente chegar a uma Libertadores e conhecer pelo menos como é a segunda fase do torneio. Quem sabe, com trabalho e postura profissional, um dia consiga derrotar o Santos na Vila Belmiro e bater o Chivas lá no mesmo estádio em que o Brasil realizou os jogos da maravilhosa campanha de 1970 (ai, ai,ai,ai, Jalisco no te rajes; me sale del alma cantar com calor; abrir todo el petcho p’a echar este grito, que lindo es Jalisco, palabra de honor). Por isso, amigos coxas, deixai a inveja de lado. Isso é coisa de timeco de várzea. Ainda mais na alma de um presidente, que deveria ser, antes de tudo, equilibrada e voltada para o trabalho.



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