Purgatório rubro-negro?
Perdermos uma grande chance, é verdade! O vibrante Atlético Paranaense esteve a noventa minutos da conquista do mais cobiçado título futebolístico das Américas. Os primeiros comentários certamente estarão girando em torno da penalidade máxima desperdiçada nos descontos do primeiro tempo, quando o São Paulo ganhava só por 1×0, resultado ainda precário para uma final de Libertadores. Ah, se aquela bola entrasse… Tudo poderia ser bem diferente!
Valentes foram, antes de tudo, os torcedores atleticanos que se deslocaram para o Beira-Rio e, uma semana depois, ao Morumbi (ou seria Morumtri?).
Ninguém esperava reconheçamos que o elenco tivesse tamanho desempenho e competência para chegar às finais da Copa Toyota. E arrojo e destemor também devemos reconhecer jamais faltou à nossa prestigiosa Diretoria de ontem e de hoje!
Somos daqueles tempos de arquibancada de tijolos e alambrado vergado, cancha irregular e esburacada, ginásio simplório ao fundo, fotos de galeria em preto-e-branco de jogadores que envergavam a camisa que tanto amamos, com as três letras entrelaçadas no peito CAP!
Tinha lá meus dez, doze ou quinze anos de idade. Tempos de Sicupira (um ponto de referência), Rota (que fez freguês o tricolor paulista), Ziquita (o atacante certo nos momentos finais incertos), Washington e Assis (dupla inesquecível em mais de uma esquadra), cada um barbarizando a seu modo.
As bandeiras vermelho-pretas exalavam nostálgico odor de tinta fresca, empunhadas por idealistas e sonhadores de arquibancada não-tubular ou de concreto.
De concreto, aliás, somente a esperança e a lealdade às cores ainda metropolitanas, se tanto regionais.
Eis que, repentinamente, edificamos um estádio referência para o Brasil, país do futebol. Ganhamos legítima e indiscutivelmente o título de Campeões brasileiros, aparando nossas arestas com o comunidade coxa-branca. Depois, mais um honroso vice-campeonato brasileiro e, agora, queiram ou não, somos, sim, vice-campeões da Copa Libertadores da América, espaço ocupado por mais de seis lustros pelas mais tradicionais equipes brasileiras, argentinas e uruguaias.
É momento de reflexão. Como prioridade, devemos acreditar em nosso potencial fator decisivo pelo adiamento do sonho em jogar em terras asiáticas.
Perdemos uma penalidade máxima, sim! Mas fora das quatro linhas. Não jogamos com o regulamento, que exigia capacidade superior àquela suportada pela Arena!
Que se conclua, então, o estádio da (Arena) da baixada!
Nosso Centro de Treinamento no Umbará também é digno de elogios. Lá estamos formando os Sicupiras, os Rotas, os Washingtons e os Assis do futuro, quem sabe do presente!
Temos parcerias maravilhosas, Kleberson que o diga!
Mas devemos ser menos açodados em negociar craques como Jadson e o artilheiro-mór Washington, coração de aço!
A Copa Toyota tem sido progressivamente rentável e lucrativa.
Perdemos uma grande chance, é verdade!
Mas nem por isso, o nosso atlético paranaense está no inferno por ter perdido a final da Copa Libertadores.
Digamos que está, por hora, no purgatório. Afinal, temos o desafio de nos manter na série “A” do brasileirão.
Parabéns a todos os atletas e profissionais que se dedicam diariamente por esse ideal. A nós, simples torcedores integrantes da nação rubro-negra, resta dizer: O Senhor é nosso pastor, e nada nos faltará! Amém!