15 jul 2005 - 2h03

Violência e vandalismo ofuscam festa do título

São Paulo – Para o futebol brasileiro, esta quinta-feira ficará marcada não só pelo terceiro título do São Paulo na Taça Libertadores, mas também pela violenta batalha entre policiais e torcedores iniciada no Portão 4 do Morumbi. Mais de cinqüenta pessoas foram atendidas pelo pronto-socorro do estádio, outras tantas, centenas talvez, deixaram a região sem atendimento.

Policiais põem a culpa na Torcida Independente, que, parte dela, sem ingressos, tentou invadir o Morumbi aproveitando-se do tumulto formado nas três catracas do local. Torcedores, muitos inocentes, reclamavam do excesso de violência, para eles injustificada, da polícia. "Eu e meu amigos íamos entrar, quando vieram para cima de nós com os cassetetes. Nem sabiam quem a gente era e bateram", afirmou Luciano Almeida dos Santos, de 23 anos. Seu amigo, Sidney Gratuliano Moreira, acabara de levar quatro pontos na cabeça, cortou o braço e apresentava dos cortes nas costas. "E olha aqui nossos ingressos, poxa!", mostrou à reportagem da Agência Estado o torcedor machucado.

Sidney e Luciano faziam sim parte da Independente, mas garantem que estavam esperando na fila para entrar. "Agora vamos embora sem nem ver o jogo", lamentou – era ainda o primeiro tempo. "Vou pensar dez vezes antes de voltar para um estádio", afirmou, muito mais revoltada a relações públicas Márcia Regina Veronese, de 48 anos. Foi ao jogo com duas sobrinhas e o namorado de uma delas, não viu nada da partida porque no Portão 4 recebeu uma pedrada na cabeça. "A gente estava esperando para entrar e de repente começou o empurra-empurra, o pessoal da torcida começou a tacar garrafa, pedaços de cadeira, nem sei. E a polícia começou a atirar (balas de borracha). Foi um horror", contou Márcia.

Estimativas dos policiais (não oficiais, portanto) davam conta de 40 detidos pelos agentes, que chegaram a utilizar bombas de gás lacrimogêneo para conter o tumulto.

Um dos últimos torcedores feridos chegou ao ambulatório do Morumbi carregado por quatro homens da polícia. Um dos agentes que acompanhava o procedimento, perdeu a cabeça. "Esse aí não é torcedor não, é bandido, ele cansou de bater na gente, é marginal. Tinha de levar é tiro na cara!!"

O clima era tenso, incompatível com uma decisão de Libertadores em que dois times brasileiros disputavam o título. "A gente vem aqui para torcer e é tratado assim", dizia, chorando, Luiz Antônio de Jesus, de 20 anos. Não era de nenhuma torcida organizada, tinha ingresso e levou uma paulada na cabeça.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…