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16 jul 2005 - 19h33

O mundo pertence aos mais preparados

Acabamos de perder, ou deixamos de conquistar, a depender do enfoque dado, um título continental. Não é o meu objetivo desmerecer a campanha rubro-negra, mesmo porque um vice-campeonato da Libertadores não permitiria isso, dada a envergadura da competição. Contudo, creio que algumas lições podem e devem ser tiradas do ocorrido.

A verdade é que, embora o desejo rubro-negro de conquistar a América fosse comparável ao dos são-paulinos, é de se constatar que não pudemos verificar o mesmo no que tange às respectivas diretorias. Enquanto a nossa diretoria passou a acreditar na conquista da Libertadores apenas após a eliminação santista, a deles acreditou desde o ano passado. Eles terminaram o certame nacional passado em terceiro lugar e a equipe melhorou desde então; nós, ao contrário, terminamos em segundo lugar, apenas “um nariz” atrás do campeão, e o que vimos foi uma operação desmanche. Eles perderam seu atacante no decorrer da competição e, imediatamente, foram em busca de outro (não que eu seja fã do Amoroso); nós perdemos Dagoberto e Dênis Marques e simplesmente deixamos por isso mesmo. Enquanto eles tiveram apenas técnicos conceituados, nós servimos de laboratório para Casemiro Mior (quem???) e Edinho, e só a partir dos mata-matas contratamos um técnico digno do cargo.

Não desconheço toda a manobra de bastidores realizada pelos paulistas em conluio com a Conmebol para retirar a primeira partida da decisão da nossa Arena, mas isso não pode servir como uma cortina de fumaça para nossos erros. É preciso aproveitar o momento! A conclusão da Baixada deve se tornar um objetivo e não mera plataforma de campanha, como foi até agora. Grandes times (não necessariamente caros) devem ser montados, principalmente quando o calendário nos proporcionar grandes competições (Libertadores não é lugar para experiências; se alguém não se prepara para a Libertadores, vai se preparar para o quê?), para que, quando o universo novamente conspirar a nosso favor (pois sou da opinião de que não existe campeão azarado), nós estejamos aptos erguer a mais bela das taças (que me perdoem os amantes da “Champions League”, mas a taça da Libertadores é muito, mas muito, mais bonita que aquele caneco cheio de fitinhas coloridas que se distribui no velho mundo).

Por fim, aos coxas que, em clima de Big Brother Brasil, estão dando uma espiadinha por aqui, fica meu recado: SILÊNCIO!! Perdemos sim a Libertadores, mas chegamos lá. Lembrem-se que a história mostra que a derrota de alguns pode ser mais grandiosa que a maior das vitórias de seus inimigos. No fundo, vocês, do Alto da Glória – que é o nome de um bairro, frise-se –, sabem muito bem disso.



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