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17 jul 2005 - 12h38

Amoroso, com licença

Ela é uma mulher extremamente bonita, cheia de curvas, fogosa, espetacular. Ele fica louco só em pensar que vai encontrá-la daqui a pouco. Vai tê-la em seus braços. Roda a chave da porta do apartamento, e com o coração disparando, cheio de expectativas, entra na sala saudando carinhosamente: – Querida, cheguei! Porém, ao entrar, vê ali, estáticos, a sua bela mulher e um homem com a camisa do São Paulo, segurando o vigoroso instrumento sexual. Ela, vestida só com a camisa rubro-negra do Clube Atlético Paranaense. Antes que o maridão perdesse a cabeça, ela vai logo tentando contornar a situação: -Amor, não fique nervoso, por favor, esse aqui é o Amoroso, amigo do Luizão e do Cicinho, lembra? –Sim, e daí? -Olha amor, eu juro que enquanto eu e o Amoroso fazíamos amor, eu pensava só em você, e para que você ficasse mais feliz em meus pensamentos, eu vesti a camisa do Atlético, porque eu sei o quanto você odeia esse timinho da “meia-água”. Juro amor, fiz tudo isso por você, como prova do meu amor, e juro também, que ele usou uma camisinha verde e branca! – Ah! querida, então tudo bem, obrigado. Você fez muito bem, odeio atleticanos. Benzinho, você poderia pedir para o Amoroso ir embora para que possamos namorar?

Qualquer semelhança com qualquer casal da sociedade “coritibana” não é mera coincidência, é pura inspiração!

Amigos atleticanos, fiquei estarrecido com o que vi hoje, via cabo, quando assisti ao jogo do Corintians contra o Paraná Clube. Em plena cidade de Maringá, Estado do Paraná, 90% da torcida era do Coringão. Duvido que isso aconteceria se o jogo fosse em qualquer cidade do Rio Grande do Sul. Duvido mesmo. Falam que os gaúchos são nacionalistas, bairristas, mas quem está certo?

Por quê, o idioma inglês não tem o poder de penetração na França, da mesma forma como tem aqui no Brasil? Porque lá, as pessoas lêem, não se contentam em ser objetos da história, gostam de ser sujeitos da história. Não querem ser manipuladas pelo massacre “midiático”.

Por quê, no Paraná não se tem líderes carismáticos, políticos extraordinários, grandes estadistas, homens de projeção nacional? Ora, se no futebol – fator cultural importantíssimo para se estudar sociologia -, a “síndrome do vira-lata” acompanha os torcedores paranaenses, a ponto de fazê-los ficar a mercê dos órgão sexuais dos paulistas, a ponto de fazê-los depositários de espermas de paulistas e cariocas, o que dizer então das relações dos políticos do nosso Estado do Paraná com os políticos do restante do país, e principalmente, com os políticos do Estado de São Paulo?

A única coisa que os nossos políticos podem fazer, é pedir aos políticos paulistas, que por favor, usem a “camisinha verde e branca”!



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