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12 set 2005 - 13h39

Diagnóstico do Furacão

Os jogos do Atlético nesse Campeonato Brasileiro têm deixado os torcedores angustiados. Em alguns jogos, como o 5 a 4 em cima do Cruzeiro, na Baixada, nos dão a sensação de que o time engrenou e que pode sonhar mais alto nesse ano, com uma sulamericana e até mesmo – sonho dos sonhos – uma consecutiva libertadores.

Mas, logo caímos na real e vemos que nosso tamanho, nesse campeonato, é bem menor. Precisamos é fugir do – bate na madeira – rebaixamento.

Alguns aspectos complexos e outros mais simples demonstram claramente que se fugirmos do rebaixamento já estaremos fazendo aquilo que é possível.

Entre os complexos, poderíamos bater na velha tecla e citar os sucessivos erros do início do ano, como as contratações erradas de técnicos e jogadores. Também poderíamos citar os erros de gestão como no caso da falta de planejamento da diretoria para uma possível final da libertadores na baixada. Com a construção de arquibancadas às pressas e peitando regulamentos e entidades importantes, jogaram dinheiro fora e iludiram torcedores.

Mas não adianta chorar sobre o leite, o dinheiro e a energia derramados. Vamos às condições atuais que colocam o Furacão nessa condição de dificuldades:

– O que acontece com o departamento médico do Clube? É difícil entender o porquê de tantos jogadores afastados por tanto tempo. Um emblema da falta de planejamento (ou será de competência?) desse setor foi a sucessão de erros no caso Dagoberto. Como é que um jogador desse quilate entra em campo, após quase um ano afastado por problemas sérios, justamente num Atletiba? Suas complicações logo no início, certamente não ocorreram porque não tinha ritmo de jogo. Ocorreu porque não foi feito um trabalho adequado de fisioterapia, de treinamentos e de acompanhamento.

– Aliás, a desculpa de “falta de ritmo de jogo” acaba tentando colocar a torcida numa condição de conformismo. Como questionar essas questões médicas e técnicas se ninguém entende exatamente o que isso quer dizer? É muito fácil justificar os erros dos Atletas e da comissão técnica com esse argumento.

– Acho difícil que Denis Marques nos dê as alegrias que esperamos ainda nesse campeonato. Certamente, também não veremos Fabrício e Dagoberto retornando ao time com habilidade nesse ano. E o Aloísio? O que acontece com ele? E o Allan Bahia? Como explicar a condição de atletas se machucando em treinos e desfalcando o time em jogos importantes? O que acontece com o planejamento técnico e com o departamento médico do Atlético?

Mas vamos a questões mais simples:

– A verdade é que Antonio Lopes tem escalado mal e mexido mal no time durante as partidas em quase todos os jogos. No jogo contra o lanterna Paysandu, em Belém – para ficarmos apenas num único exemplo – o Atlético jogou como um time de terceira divisão. Preocupante.

– O time não sabe cobrar laterais. Após as cobranças, geralmente, quem fica com a bola é o atleta adversário. Ao contrário, quando a lateral é para o outro time, o Furacão não sabe marcar. Aliás, alguém se lembra de alguma vez que o Marcão lançou a bola na área adversária e que deu algum resultado concreto?

– O Atlético precisa aprender a jogar fora com a mesma raça que joga na Arena (o que tem acontecido somente quando a torcida exige empenho do time). Um pulso firme do técnico e dos dirigentes pode ajudar bastante.

– Por fim, vale a pena afirmar que muitos dos gols que o Diego leva acontecem por erros de jogadores do próprio Atlético que perdem a bola no meio do campo por pura displicência ou ingenuidade. E fica por isso mesmo!

O Furacão está fazendo sua história nesses últimos anos e temos orgulho disso. Mas história não ganha jogos. O Vitória e o Bahia são provas disso. O que ganha é técnica, empenho e coletividade. Isso parece estar faltando ao Furacão das Américas.



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