3 out 2005 - 11h28

Análise de Atlético 2 x 0 Flamengo, por Ricardo Campelo

Análise do jogo Atlético 2 x 0 Flamengo
por Ricardo Campelo

Definitivamente, não foi um jogo espetacular. A partida começou muito equilibrada, com ambos os times criando oportunidades de abrir o placar. O Flamengo chegou a acertar a trave por duas vezes, o que deixa claro que a vitória atleticana não foi nada fácil. Por sua vez, o Atlético teve um pênalti não marcado a seu favor (quando o goleiro adversário acertou um soco duplo diretamente na nuca de Finazzi) e uma boa cabeçada de Evandro que passou rente ao gol.

O que mudou o rumo do confronto foi a expulsão do flamenguista Fabiano, que em sua volta à Baixada teve uma atuação pífia, só conseguindo parar o ataque atleticano com faltas. O Atlético soube explorar a vantagem numérica e, mesmo sem apresentar um futebol encantador, conseguiu aproveitar as oportunidades criadas para garantir os três pontos. E na etapa complementar, por pouco não terminou o jogo com um resultado mais elástico.

Defesa

Analisando o time do Atlético, vimos que o goleiro Tiago Cardoso foi muito bem. A cada jogo, nos passa mais segurança de que poderá ser um ótimo substituto para Diego. Danilo esteve bem, e Paulo André não comprometeu, apesar de ter dado alguns vacilos que não costumamos vê-lo fazer.

As laterais talvez tenham sido o ponto fraco do Furacão. Marcão rendeu abaixo do que pode, e Jancarlos não teve uma apresentação regular, valendo destacar, porém, sua participação no primeiro gol. Foi expulso injustamente, em uma falta que, da arquibancada, tive impressão de sequer ter acontecido.

Meio

André Conceição até segurou as pontas na cabeça de área, mas chegou atrasado em alguns lances. Vai precisar de mais treinamento e orientação. Ao seu lado, Cristian começou o jogo um pouco inseguro, mas no segundo tempo participou bem, principalmente depois que o rubro-negro carioca ficou com nove jogadores. O camisa 7 explorou bem o lado direito, movimentando o ataque atleticano, apesar de algumas conclusões precipitadas.

Evandro apresentou-se bastante para o jogo, como queremos ver. Sofreu a falta que originou o primeiro gol, além das outras que culminaram nas expulsões dos flamenguistas. Pode render ainda mais. Ferreira foi o nome do jogo. Rápido e incansável, chega a nos lembrar os bons tempos de Adriano. Vem sendo a principal peça de criação no time, e ontem ainda marcou um belo gol.

Ataque

Finazzi cumpriu bem seu papel como homem de frente. Aloísio ainda precisa recuperar o ritmo, mas foi peça importante no time atleticano, mostrando que tem muito a nos oferecer ainda nesse campeonato. Contudo, os atacantes que merecem mais comentários são os que entraram no segundo tempo.

Foi lamentável a perseguição da torcida sobre Denis Marques. Apupar um jogador desta maneira durante a partida é uma atitude que só traz prejuízos – não só ao atacante como ao Atlético. É visível que essa perseguição só deixa o jogador mais inseguro e propenso a cometer mais erros. E pelo que vimos o cover de Oséas mostrar no ano passado, ele pode melhorar e ajudar o time. De qualquer forma, a crítica deve ser registrada. Desde que estreou no Brasileiro, Denis não tem atuado bem. E neste Domingo, o jogador não justificou o voto de confiança a ele conferido pelo treinador Evaristo de Macedo, que o colocou em campo quando todo o estádio pedia Dagoberto. A atuação de Denis em 2005 vem sendo marcada pela perda de gols tão feitos que fariam inveja ao artilheiro Kleber – com a diferença de que o saudoso dono da camisa 11 perdia um gol mas fazia dois, e Denis anda perdendo dois e fazendo nenhum.

Dagoberto

Dagoberto merece um capítulo à parte. O atual momento do Atlético não nos oferece as mesmas fortes emoções que vivemos em 2004, quando cada jogo era um degrau na tentativa de chegar ao título. Mas ontem foi possível sentir uma emoção especial, mesmo que o jogo em si nada mais representasse senão a briga para fugir do rebaixamento.

Não é comum ver um estádio inteiro gritar o nome de um jogador. E o público da Baixada, ontem, gritou “Dagoberto” não uma, mas várias vezes. Em pé, todos aplaudiam e vibraram desde que o atacante começou a aquecer até o momento em que o juiz apitou o fim do jogo. Todos estávamos maravilhados com a volta do craque.

Dago entrou ligadíssimo, com fome de bola. Participou intensamente do ataque, e por um daqueles caprichos do destino, não conseguiu guardar seu gol. Mas a trave que apareceu no caminho vai deixá-lo ainda com mais vontade. E certamente os próximos adversários é que vão pagar pelo que não fizeram.

Ricardo Campelo é colunista da Furacao.com. Clique aqui para entrar em contato com ele.

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