Meu filho no Santuário
Meu filho, Vinícius, era atleticano desde que foi concebido, em Santo Antônio da Platina, no Norte pioneiro do Paraná.
Nos últimos tempos, acostumado a acompanhar os jogos pela TV, aprendeu a cantar o hino, tem o uniforme e sabe até xingar com os gritos de guerra. Só que, pela primeira vez entrou no santuário sagrado da Kyocera Arena neste domingo à tarde.
Ele já esteve na frente do estádio para conhecer no início deste ano, quando voltávamos da praia, mas era de noite e não deu para curtir. Agora foi diferente e tenho certeza de que o fato marcou Vinícius para o resto da vida dele e também das nossas (minha esposa, Lucila, também esteve junto).
A propósito, minha mulher torcia, mas de longe, quando moramos em Curitiba há uns oito ou nove anos. Eu insistia e ela nada, “ir em campo de futebol para ver marmanjos correndo atrás de uma bola e ainda ficar ouvindo palavrão? De jeito nenhum”, dizia.
Até que num domingo em que Oséas e Paulo Rink brilharam como sempre (naquela época), a patroa resolveu ir. Era ainda na antiga Arena, mas com a mesma mística. Tudo Lotado. Jogo contra o Vitória da Bahia. Vitória fácil e a torcida vibrando.
“Pode me chamar sempre”, disse depois. E cumpriu o prometido. Temos fotos de um Atletiba no Couto Pereira, em que fomos campeões, com o técnico Abel Braga e por aí vai… Só que agora é especial. Nosso filho sentiu as razões do fanatismo de uma torcida sem igual no mundo.