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19 mar 2006 - 13h29

Não vamos crucificar o menino

A lamentável e histórica derrota que nos foi imposta ontem, pela ADAP – com todo o respeito para quem tem opinião contrária -, possui inúmeros pontos positivos. Dentre eles, a constatação de que o nosso elenco, nada obstante composto de jogadores excepcionais, é ainda muito jovem e, portanto, sujeito a sofrer as agruras próprias da falta de maior experiência.

O menino Tiago Cardoso, por exemplo, que na minha maneira de ver as coisas é uma espécie de “Flávio melhorado” pelo grande potencial que possui, ainda carece da tranqüilidade que todos acabamos por adquirir somente com o passar dos anos. Não vamos cometer, pois, o ignominioso erro de o crucificarmos agora, como sendo o maior responsável pela derrota, pois ele não foi. Responsáveis – como, inclusive, admitiu o nosso Mario Celso Petraglia -, são os nossos comandantes maiores que, na fase decisiva do fluente campeonato paranaense, cometeram diversos erros – ou, se não assim, foram surpreendidos pelo caráter precário de pessoa ou pessoas sobre as quais não pairavam quaisquer dúvidas a respeito.

A principal dessas pessoas – como se há reconhecer -, é o técnico Matthäus, por óbvias razões. Diante do inesperado acontecido – o capitão do navio abandona a gigantesca embarcação e a deixa à deriva “na entrada do canal do porto de difícil atracação” -, todos os “tripulantes” foram acometidos de grande insegurança. O “navio” acabou primeiramente “encalhando” num baixio e, depois, simplesmente parou. A tarefa agora é desencalhá-lo para, ao depois, colocá-lo novamente nos mares.

Todo o cuidade é pouco agora, porém, para “contratar” o novo “capitão”. Menos mal, o “navio” não afundou. Não são incompetentes e desqualificados os jovens componentes da tripulação; eles devem ser todos mantidos em seus postos pela inegável qualidade que possuem. Particularmente penso que, com um comandante que possua competência, ou antes, responsabilidade e caráter, a magestosa nau rubro-negra, com essa mesma tripulação, ainda chegará a portos nunca dantes imaginados.

Apesar de todos os pesares, continua inabalável a minha convicção de um futuro cada vez mais brilhante para o nosso Furacão. Meninos jogadores: vocês não têm culpa alguma pelo que aconteceu. Quanto a falhas ocasionais e isoladas, pergunto: quem, na vida, ainda não incorreu em faltas? Se existir alguém perfeito, esse alguém terá todo o direito de criticar os nossos jovens jogadores; duvido, todavia, que exista.

PS: apenas um lembrete isolado aos nossos jovens atletas: calma e tranquilidade jamais devem ser confundidos com lentidão; conheço pessoas que possuem extrema tranquilidade, mas que chegam aos seus objetivos com incrível velocidade.



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